Uma manifestação interditou a estrada do M'Boi Mirim, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira. Um grupo bloqueou duas faixas da via, em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, que passou a custar R$ 3,20 ontem.
Com instrumentos musicais, faixas e até uma catraca, os manifestantes criticaram a medida da prefeitura e do governo estadual, já que também houve reajuste no Metrô e na CPTM. "R$ 3,20 é roubo", dizia a faixa.
Durante o ato, o grupo, que envolveu a catraca com um material inflamável, acabou incendiando o objeto, que foi abandonado na via. Segundo a Polícia Militar, a corporação recebeu uma ligação denunciando o ato, mas quando chegou ao local só encontrou os objetos deixados pelo grupo.
De acordo com a CET, os manifestantes seguiram para a avenida Guarapiranga que, por volta das 8h, tinha uma das faixas interditadas, na altura da subprefeitura M'Boi Mirim. De acordo com a companhia, o congestionamento registrado era por aproximação.
Aumento de tarifa
As tarifas de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passam a custar R$ 3,20 a partir deste domingo. A prefeitura informou que a proposta de reajuste, de 6,67%, foi enviada em 22 de maio à Câmara de Vereadores. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.
Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. A previsão é que haja pagamento de R$ 1,25 bilhão em subsídios ao sistema de ônibus em 2013.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) também alegou que o reajuste é menor que a inflação no período de janeiro de 2012 a maio de 2013, que foi de 7,2%. "Ao comprar uma passagem no Metrô, o passageiro tem acesso aos 74,3 quilômetros da malha metroviária e aos 260 quilômetros da rede ferroviária da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos)", disse a empresa em nota.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou, junto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que o preço abaixo da previsão é um esforço feito para colaborar com o governo federal, que enfrenta dificuldades para manter a inflação no teto da meta estabelecida (6,5%).