Tudo acaba um dia, diz Bolsonaro em recado a Maia

1 fev 2021 - 12h17
(atualizado às 12h19)

O presidente Jair Bolsonaro mandou um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dizendo para o deputado "ser feliz" e que "tudo acaba um dia".

Presidente Jair Bolsonaro fala com jornalistas após reunião no Ministério da Economia
27/01/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro fala com jornalistas após reunião no Ministério da Economia 27/01/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Bolsonaro, que tem Maia como um dos seus principais inimigos políticos, foi instado por um apoiador a mandar um recado a Maia, em conversa na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira.

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"Seja feliz. Tudo acaba um dia. Meu mandato vai acabar um dia. Nós devemos nos preparar para este momento aí", disse Bolsonaro.

Maia e o presidente estão em lados opostos na disputa pela presidência da Câmara que acontece nesta segunda. Enquanto Maia patrocina a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), Bolsonaro trabalha e já declarou apoio explícito a Arthur Lira (PP-AL).

Nessa disputa, Bolsonaro e Lira estão a frente. Nesse final de semana, Maia perdeu o apoio de seu próprio partido. Com a bancada do DEM rachada, a direção da legenda decidiu liberar a bancada, o que tirou força de Maia dentro de sua própria sigla.

Bolsonaro aposta em uma vitória de Lira para aumentar sua influência no Parlamento e ser capaz de desengavetar pautas polêmicas que tratam de costumes, como liberação das armas, que animam sua militância mas eram restringidas por Maia.

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ALIANÇA

A retomada das pautas de extrema direita é uma maneira do presidente tentar agitar sua militância em um momento em que perde espaço e aprovação, de acordo com as pesquisas mais recentes.

A perda de capacidade de mobilização levou também Bolsonaro a desistir da criação do Aliança pelo Brasil, partido que ele anunciou que criaria em novembro de 2019, depois de brigar e sair do PSL.

Nesta segunda, o presidente repetiu que irá procurar agora um novo partido para se filiar e que vai começar a discussão essa semana, depois da eleição no Parlamento.

"Olha, vai ser difícil formar o partido. Vai ser difícil formar. Problema burocrático. Então, tem que pensar em outra alternativa aí. Agora, estamos tendo tempo para discutir este assunto. Em 2018 não deu tempo", disse aos apoiadores.

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