Uma potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa SinoVac Biotech começou a ser testada em voluntários brasileiros nesta terça-feira em um estudo liderado pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo do Estado de São Paulo, e a aplicação de duas doses das vacinas em 9 mil voluntários deve demorar cerca de três meses.
"A perspectiva é que os 9 mil voluntários sejam incluídos até meados de setembro disse o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), onde a primeira voluntária do teste recebeu a aplicação da candidata a vacina.
"É um tempo relativamente curto, em se tratando de 9 mil voluntários, mas a urgência da situação nos indica que seria prudente que se fizesse isso o mais rapidamente possível para podermos ter os resultados e o oferecimento do registro dessa vacina antes do fim do ano", acrescentou.
Somente no HC da USP 890 voluntários participarão do estudo clínico, que será realizado também em outros 12 centros de pesquisa em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal.
A expectativa do diretor do Butantan é que, até o final da próxima semana, todos os centros de pesquisa participantes do estudo já estejam vacinando voluntários.
A potencial vacina contra Covid-19 da SinoVac está na Fase 3 de estudos clínicos em humanos, a última antes do registro junto a autoridades regulatórias, e a expectativa é que, se os testes forem concluídos ainda neste ano e a eficácia da vacina for comprovada, ela esteja disponível para a população no início do ano que vem.
O acordo entre a SinoVac e o Butantan prevê a chegada ao Brasil em setembro de 120 milhões de doses da vacina, o que permitirá a vacinação de 60 milhões de pessoas caso ela tenha a eficácia comprovada.
Além disso, prevê também a transferência de tecnologia para a produção local da vacina pelo Butantan, a uma capacidade anual de 100 milhões de doses.
Além da vacina da SinoVac, também está sendo testada no Brasil uma candidata a vacina contra a Covid-19 desenvolvida em parceria pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com a farmacêutica AstraZeneca, em um estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).