O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira que será criado um "inferno existencial" se entrar em vigor a impressão do voto para urnas eletrônicas e que a iniciativa poderá levar a uma "imensa judicialização" das eleições.
"Nós vamos criar um inferno existencial que é um mundo que nós vivíamos antes da urna eletrônica, que são aquelas mesas apuradoras, todo mundo manuseando voto, aí aparece voto, some voto, aparece urna e some urna. Foi disso que nós nos livramos e a isso que nós corremos o risco de retornar", disse ele, em entrevista à Rádio Eldorado.
A medida tem sido defendida constantemente pelo presidente Jair Bolsonaro e é objeto de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em debate na Câmara dos Deputados.
Na quinta-feira, em sua live semanal, Bolsonaro chegou a falar que o Brasil pode ter uma convulsão social se não houver a aprovação do voto impresso para as urnas eletrônicas para as eleições do próximo ano.
Barroso, por sua vez, argumentou nesta sexta que o atual modelo de votos --em que não há impressão da cédula de votação-- acabou com as fraudes no país. Ele alertou que a adoção do voto impresso poderá ter problemas como a recontagem de milhões de votos, o armazenagem das cédulas e a judicialização em caso de o derrotado discordar do resultado.