Depois de se recusar a responder às primeiras perguntas de integrantes da CPI da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef quebrou o silêncio e negou, mais uma vez, que tenha repassado R$ 2 milhões ao ex-ministro Antonio Palocci, que seriam destinados à campanha eleitoral de 2010.
"Vou quebrar o silêncio neste assunto. Com respeito ao Palocci, eu confirmo minhas declarações feitas anteriormente. Eu não conheço o Palocci, não conheço o assessor dele. Ninguém me fez pedido para que pudesse arrebanhar recurso para a campanha", garantiu.
Munido de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, que lhe garante o direito de não responder às perguntas, o doleiro antecipou, em tom de mistério, que novos fatos prometem ratificar sua versão.
"Existe uma investigação neste assunto do Palloci, que logo vai esclarecer o assunto. Um novo réu colaborador está falando. Eu não fiz este repasse e essa colaboração", afirmou.
Youssef está frente a frente com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em uma acareação promovida pela comissão. Os dois fecharam acordo de delação premiada com a Justiça para contribuir com as investigações da Lava Jato.
A operação da Polícia Federal apura denúncias de irregularidades na Petrobras e os dois réus foram convocados para falar, no mesmo momento, para que esclareçam divergências nos depoimentos prestados até agora.
Costa foi o autor da denúncia contra Youssef envolvendo o ex-ministro da Fazenda Antonio Palloci. Assim como o doleiro, ele manteve sua versão da história durante os questionamentos dos parlamentares. “Ratifico aqui meus 126 depoimentos”, resumiu.
O ex-diretor da estatal explicou, no início de suas declarações, que “entre CPMI e CPI, esta é a quinta vez que estou aqui respondendo perguntas. Prestei 126 depoimentos e todos são de domínio público. Estou aqui para esclarecer algumas dúvidas. Vossas excelências conhecem todos os meus depoimentos”, concluiu.
O ex-diretor da estatal foi condenado a mais de 7 anos de prisão por participar de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele cumpre a pena em regime domiciliar. O doleiro está preso em Curitiba, condenado a nove anos e dois meses por lavagem de dinheiro.