Brasileira em Gaza relata desespero após ultimato de Israel: “não sabemos para onde ir”

A brasileira Shahed Al Banna, de 18 anos, é uma das abrigadas em uma escola católica, na Faixa de Gaza. A estudante, que está em Gaza com a irmã mais nova, de 13, e a avó, de 64, há um ano e meio, conta que foi emitido um aviso para que o povo da Faixa de Gaza saísse de suas casas o mais rápido possível: “todos os brasileiros estão desesperados, não sabemos para onde ir”. 

Em entrevista ao programa Conexão da GloboNews, a jovem conta que a igreja onde ela e os brasileiros estão não é mais segura. “A situação está desesperadora, está difícil. As crianças estão chorando. Eu estou em uma escola. E a irmã da igreja disse que a escola não é mais um lugar seguro. Não podemos mais ficar aqui, os israelenses vão atacar todos os lugares”, diz. 

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O aviso emitido pelo exército israelense foi emitido na noite de quinta-feira, 12. As pessoas daquela região tinham até o fim do dia desta sexta-feira, 13, para deixarem o local, para uma suposta invasão.

“Todos os brasileiros estão desesperados, não sabemos para onde ir. Precisamos ir para o Sul, mas não sabemos quem vai nos receber”, contou a jovem. Em certo momento da entrevista, é possível ouvir explosões perto de onde ela está. 

“Essa escola é um lugar que já foi atacado muitas vezes ontem, antes de ontem. Não é um lugar seguro, zero segurança. Agora a gente vai ter que sair do lugar”, disse. “Eles estão esperando autorização há quatro dias. Estou há seis dias sem dormir. Estou tonta, já não sei mais o que pensar, já não sei o que fazer. Estou com medo de morrer”, relata emocionada. 

Nesta sexta, o Itamaraty avisou que está viabilizando a retirada dos brasileiros da escola. A previsão é que o grupo deixe a escola e seja levado de ônibus na manhã deste sábado (14). 

O governo brasileiro solicitou a Israel que não bombardeie a escola onde estão os brasileiros. E as autoridades negociam com o Egito a retirada do grupo pela fronteira no Sul. A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que já transferiu seu centro de operações centrais para o sul de Gaza.