Dezenas de funcionários do alto escalão da Caixa Econômica Federal foram transferidos para funções de início de carreira. Segundo a reportagem da Folha de S.Paulo, ex-dirigentes que recebem até R$ 45 mil exercem as mesmas funções de servidores recém-ingressados no banco que ganham cerca de R$ 3.000. Os relatos de colaboradores subaproveitados em funcções incompatíveis com o salário e experiência é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
A Caixa afirma que "realiza a movimentação interna de seus empregados conforme a legislação em vigor e observando as necessidades estratégicas do banco". Já servidores ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmam que foram alvo de retaliação política por terem ocupado altos cargos nos governos petistas ou por terem tido atritos com a gestão do ex-presidente da instituição Pedro Guimarães, que deixou o cargo em 29 de junho após acusações de assédio sexual.
Uma fonte ouvida pela publicação afirmou que em gestões anteriores, os ex-dirigentes eram aproveitados em ministérios ou na própria Caixa em superintendências. Já no governo de Jair Bolsonaro, quem participou de outra gestão estaria sendo humilhado.
Um ex-superintendente nacional da Caixa relatou que foi transferido para uma agência bancária após uma série de confrontos com Pedro Guimarães. O homem recebe cerca de R$ 45 mil por mês para trabalhar com atendimento ao público em jornadas de seis horas de trabalho.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal apontaram ao MPT que as transferências foram feitas abruptamente, com "critérios discriminatórios" e falta de transparência.
