Decisão histórica do Reino Unido vai dominar os debates da primeira cúpula pós-Brexit em Bruxelas. Líderes europeus descartam negociações informais para a separação e voltam a exigir pressa dos britânicos.
A discussão sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) vai dominar o encontro de cúpula dos 28 chefes de governo e de Estado do bloco a partir desta terça-feira, em Bruxelas.
Durante o jantar, os líderes esperam ouvir os planos do primeiro-ministro britânico, David Cameron, sobre o processo de separação, como a data para ativar o artigo 50º do Tratado de Lisboa, que prevê a saída de um Estado-membro, além dos objetivos para acordos futuros.
Na discussão também surgirá a questão do "negociador" britânico, uma vez que Cameron anunciou que vai renunciar em outubro, assim como a intenção da Escócia em realizar um novo referendo sobre a sua independência para garantir seu lugar na UE.
Já o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, falará sobre as consequências econômicas da decisão britânica para o bloco.
Cameron participará da reunião apenas nesta terça-feira. Na quarta, o encontro prossegue com a presença dos demais 27 países.
No dia 23 de junho, os eleitores britânicos optaram, em referendo, pela saída do Reino Unido da UE, com essa opção conquistando 51,9% dos votos.
Os líderes europeus já anunciaram que pretendem um "divórcio" do Reino Unido o mais rapidamente possível, "por mais doloroso que seja esse processo", como afirmaram, em comunicado conjunto, os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Conselho Europeu, Donald Tusk, do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e da presidência rotativa holandesa da UE, Mark Rutter.
Nesta segunda-feira, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, o presidente François Hollande e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmaram em Berlim que a União Europeia permanece unida e que não há haverá negociações informais com o Reino Unido sobre a separação. Segundo eles, as negociações só começarão quando o artigo 50º for ativado.
Hollande acrescentou que o pedido britânico de separação deve ser apresentado o mais rapidamente possível. "Nada é pior do que a incerteza", afirmou.