Casal é investigado por deformar rosto de cliente em clínica de estética: 'Não podia mais me olhar no espelho'

8 jan 2025 - 16h21

Uma clínica de estética localizada em Cascavel, no Paraná, é alvo de investigação por suspeita de deformar o rosto de uma cliente após um procedimento estético. A empresária Raquel Roseli Demichei Dornelles afirma ter sofrido complicações graves ao realizar um tratamento no local em junho de 2023.

Raquel Roseli Demichei Dornelles ficou com o rosto deformado após procedimento estético
Raquel Roseli Demichei Dornelles ficou com o rosto deformado após procedimento estético
Foto: Arquivo pessoal / Perfil Brasil

De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), o farmacêutico Tiago Tomaz da Rosa e sua esposa, a médica Carolina Milanezi Bortolon Rosa, donos da Clínica Revive, são investigados pelos crimes de exercício ilegal da profissão e lesão corporal grave.

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O que aconteceu com Raquel?

Raquel procurou a clínica para realizar o procedimento conhecido como "Sculptra", que promete estimular a produção de colágeno na pele. No entanto, segundo a vítima, o farmacêutico aplicou em seu rosto uma substância chamada polimetilmetacrilato (PMMA).

O Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR) alertou que, embora o PMMA seja aprovado para uso médico em casos específicos, como cirurgias reparadoras, ele é "amplamente desaconselhado para fins estéticos". A substância apresenta alto risco de inflamações, infecções e deformidades permanentes, como ocorreu com a vítima.

"Eu continuei indo porque ele falou: 'Raquel, você teve um processo diferente. Vai gerar mais colágeno'. Eu continuei inchando e eu pensei: 'Daqui a um ano, meu corpo vai absorver e vai voltar ao formato normal'", disse a empresária.

Apesar das promessas, a situação não melhorou. Após meses de dores intensas e inchaços, Raquel procurou um dermatologista, que realizou uma biópsia. O exame confirmou a presença de PMMA no rosto da paciente, contrariando o procedimento que ela havia contratado.

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Inspeções na clínica apontam falhas

O caso chamou a atenção do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e resultou em uma fiscalização na Clínica Revive, realizada pelos conselhos regionais de Farmácia (CRF-PR) e Medicina (CRM-PR). A inspeção identificou irregularidades, incluindo o uso indevido de PMMA.

A clínica já havia sido alvo de outras denúncias, segundo o CRF-PR, por práticas inadequadas e possíveis violações de normas sanitárias. "No início tinha muita dor. Eu comecei a ter várias alergias. Eu não podia mais me olhar no espelho. Eu eu passei por um médico psiquiatra, para tomar remédio. Nem meu marido me aguentava, porque eu me olhava no espelho, eu me achava feia. Eu quase me separei", desabafou Raquel.

O CRF afirmou que segue analisando a denúncia e garantiu que medidas serão tomadas para apuração completa do caso.

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