FALSO - O homem que aparece em um vídeo em um restaurante entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal e prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL-MT), não é o mesmo que cometeu um atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 13 de novembro. O indivíduo nas imagens é, na verdade, o empresário cuiabano Joilton Padilha, que desmentiu a desinformação em um vídeo nas redes sociais. Diversos veículos do Mato Grosso publicaram matérias sobre a confusão causada pela informação falsa.
Conteúdo investigado: Vídeo em que Jair Bolsonaro (PL) aparece junto a dois homens comendo um lanche. O conteúdo acompanha um texto que diz “esse do meio é o homem bomba de Brasília”.
Onde foi publicado: TikTok.
Conclusão do Comprova: O homem que aparece junto a Bolsonaro e ao deputado federal e prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL-MT), em um vídeo que circula nas redes sociais não é o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, que morreu após cometer um atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Uma busca reversa de imagens no Google, feita a partir de uma captura de tela do vídeo, mostrou que o indivíduo nas imagens é o empresário cuiabano Joilton Padilha, que, além de careca, usa um óculos de armação escura.
Na ocasião, Bolsonaro estava em Cuiabá (MT) para reforçar o apoio à candidatura do deputado federal Abílio Brunini (PL) à prefeitura da cidade. Eles aparecem nas imagens, à frente de Joilton, comendo um “baguncinha”, tradicional lanche cuiabano, no dia 15 de outubro.
A confusão causada pela associação entre os dois homens repercutiu em diversos veículos de Mato Grosso (Jornal Estadão Mato Grosso, RepórterMT e Olhar Direto). O Impresso MT, por exemplo, detalhou que, no vídeo, Joilton está com óculos e a qualidade está muito baixa. Porém, os óculos e a careca são as únicas semelhanças entre o empresário e o homem que cometeu o atentado, apontou o portal.
No dia 15 de novembro, Joilton publicou um vídeo nas redes sociais de sua lanchonete, que serve o “baguncinha”, para desmentir a comparação e deixar claro que não se trata dele. “Eu vim através desse vídeo esclarecer sobre a fake news que está rolando no TikTok, sobre um vídeo que eu estou ao lado do Bolsonaro falando que eu sou a pessoa que cometeu suicídio em Brasília”, disse.
O Impresso MT revelou ainda que, em comentários nas redes sociais, o homem também deixa claro que pretende tomar medidas legais contra quem está compartilhando o vídeo indevidamente.
O vídeo original da visita de Bolsonaro à lanchonete de Joilton está disponível no Instagram, assim como a foto do encontro.
O Comprova tentou contatar o perfil que publicou o vídeo no TikTok, mas as configurações de privacidade da plataforma não permitiram o envio da mensagem.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 20 de novembro, o vídeo alcançou 267,9 mil visualizações.
Fontes que consultamos: Busca reversa de imagens no Google, reportagens sobre o tema e redes sociais do empresário confundido com o terrorista.
Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: Peças de desinformação envolvendo Jair Bolsonaro são frequentes. O Comprova já mostrou, por exemplo, que a ida dele à posse de Trump depende do Supremo Tribunal Federal (STF) e não de passaportes da Itália e dos Estados Unidos, e que Rayssa Leal não dedicou medalha olímpica ao ex-presidente em entrevista.
* Projeto Comprova é uma iniciativa colaborativa e sem fins lucrativos liderada e mantida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que reúne jornalistas de 42 veículos de comunicação brasileiros --incluindo o Terra-- para descobrir, investigar e desmascarar conteúdos suspeitos sobre políticas públicas, eleições, saúde e mudanças climáticas que foram compartilhadas nas redes sociais.