O que estão compartilhando: que as urnas eletrônicas que passam por testes antes das eleições são escolhidas pelos tribunais eleitorais, e não sorteadas.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. As urnas que passam pelo teste de integridade podem ser escolhidas ou sorteadas, mas a escolha não é feita pelos tribunais, e sim por entidades fiscalizadoras do pleito. O vídeo compartilhado mostra um trecho de uma entrevista de secretário de auditoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), Marcos Miotto, em que ele diz que nove urnas escolhidas foram submetidas ao teste de integridade. Esses equipamentos foram selecionados entre 20 sorteados no Estado.
Miotto responde que as urnas escolhidas na cerimônia realizada no sábado no TRE-SP passarão neste domingo por um teste de autenticidade. "Essas urnas, na verdade, elas são trazidas das zonas eleitorais onde haverá a votação e a gente faz um paralelo: cédulas de papel são preenchidas com os candidatos daquele município e depois eles são lançados nessa urna eletrônica, e depois os resultados são confrontados para que depois a gente verifique que o que constava da cédula é exatamente igual ao resultado que a urna fornece", disse.
O processo é filmado, segundo Miotto, para garantir que não há qualquer tipo de divergência entre o que é digitado na urna e o que consta na cédula. De acordo com o TRE, os testes de autenticidade são realizados no próprio local de votação, das 8h às 17h, e, após o teste, as urnas são levadas para a Capital para passar por auditoria.
Na véspera, outro repórter da Jovem Pan News acompanhou a cerimônia em que as urnas que passariam pelo teste foram definidas. Anthony Wells estava na sede do TRE-SP e disse: "Falamos ao vivo do Tribunal Regional Eleitoral aqui de São Paulo, onde neste momento acontece a cerimônia para sortear 20 urnas das 18 cidades aqui do Estado onde o segundo turno vai acontecer".
Urnas são escolhidas ou selecionadas?
De acordo com o TRE-SP, as urnas que passarão pelos testes são selecionadas em uma cerimônia pública na sede do Tribunal, sempre na véspera da votação. A cerimônia é aberta ao público e conta com a presença de "representantes de entidades fiscalizadoras do pleito, como partidos, federações, coligações, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil e Tribunal de Contas, entre outras".
No momento da cerimônia, as urnas a serem auditadas podem ser sorteadas ou escolhidas pelo público presente. As entidades com representantes na cerimônia são:
Partidos políticos, federações e coligações;Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);Ministério Público;Congresso Nacional;Controladoria-Geral da União;Polícia Federal;Sociedade Brasileira de Computação;Conselho Federal de Engenharia e Agronomia;Conselho Nacional de Justiça;Conselho Nacional do Ministério Público;Tribunal de Contas da União;Confederação Nacional da Indústria, demais integrantes do Sistema Indústria e entidades corporativas pertencentes ao Sistema S;Entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos, com notória atuação em fiscalização e transparência da gestão pública, credenciadas no TSE; Departamentos de tecnologia da informação de universidades credenciadas no TSE.
Os representantes destas entidades são os responsáveis por escolher quais urnas serão auditadas, e não os Tribunais Regionais Eleitorais. "Se na cerimônia não há entidades em número suficiente para a escolha de todas as urnas, algumas máquinas são sorteadas", explicou o TRE-SP.