FALSO - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não postou que não convidou Lula (PT) para a posse em Washington, diferentemente do que diz uma postagem. As publicações mais recentes do republicano nas redes sociais foram antes do resultado da eleição americana. Trump agradeceu aos eleitores apenas em um discurso, no qual o presidente do Brasil não foi citado.
Conteúdo investigado: Postagem com fotos de Donald Trump e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanhadas do texto: “Bomba. Donald Trump em sua rede social falou que não convidou Lula para sua posse porque lugar de ladrão é na cadeia e não na presidência. Já dorme sem essa bandidão de 9 dedos”.
Onde foi publicado: TikTok.
Conclusão do Comprova: Publicação mente ao afirmar que Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos pela segunda vez pelo Partido Republicano, afirmou em uma de suas contas nas redes sociais que não convidou Lula para a posse, prevista para ocorrer em 20 de janeiro de 2025 em Washington, capital do país.
O Comprova verificou todas as redes sociais do republicano e constatou que, desde o resultado da eleição americana divulgado em 6 de novembro até a data da publicação deste texto, dia 8, Trump não fez nenhuma publicação.
Nas últimas postagens, em todas as plataformas checadas pela reportagem, o americano pede para que a população vá votar. Por rede, as últimas publicações de Trump foram:
- X (Twitter): aviso de que havia somente uma hora restante antes do fechamento das urnas no estado da Califórnia;
- Truth Social: a mesma publicação do X;
- Instagram: vídeo em que Trump pede aos republicanos para que “continuem na fila” [de votação];
- Facebook: o mesmo vídeo do Instagram;
- TikTok: vídeo diferente em que Trump também pede aos republicanos para “continuarem na fila”.
Todas as publicações foram feitas antes da divulgação do resultado da votação.
Trump fez um pronunciamento após a vitória eleitoral, no qual ressaltou o resultado positivo do Partido Republicano no Senado, fez elogios ao empresário e apoiador Elon Musk e falou em “reunir o país” e que vai inaugurar uma nova “era de ouro” nos Estados Unidos. Em nenhum momento Lula – que parabenizou o novo mandatário americano nas redes sociais – foi mencionado.
O Comprova entrou em contato com o autor da publicação, mas não houve resposta até a publicação deste texto.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 7 de novembro, o vídeo contava com 350 mil visualizações, 22,7 mil curtidas, 3,7 mil compartilhamentos e 3,5 mil comentários.
Fontes que consultamos: Redes sociais de Donald Trump e reportagens sobre as eleições americanas.
Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: Vários conteúdos relacionados às eleições no Brasil e nos Estados Unidos já circularam em 2024 envolvendo o nome de Trump e de personalidades brasileiras. O Comprova já mostrou que o americano não pode prender Alexandre de Moraes após ser eleito presidente; que vídeo de campanha do republicano foi alterado para incluir cena com Jair Bolsonaro (PL); que post distorceu reportagem para acusar Eduardo Bolsonaro (PL) de doar dinheiro público a Trump; e que um vídeo com dublagem falsa engana ao dizer que Trump enviou mensagem para Bolsonaro após atentado.
* Projeto Comprova é uma iniciativa colaborativa e sem fins lucrativos liderada e mantida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que reúne jornalistas de 42 veículos de comunicação brasileiros --incluindo o Terra-- para descobrir, investigar e desmascarar conteúdos suspeitos sobre políticas públicas, eleições, saúde e mudanças climáticas que foram compartilhadas nas redes sociais.