O que estão compartilhando: vídeo em que uma mulher dá chutes e socos em outra. Legenda sobreposta à gravação diz que a agredida teria vendido o voto por R$ 100, mas não cumpriu o prometido.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O vídeo é de 2020, e não tem relação com o período eleitoral. À época, as Polícias Militar e Civil do Estado do Rio de Janeiro informaram que as duas mulheres eram comerciantes. A briga aconteceu depois que uma teria supostamente feito críticas direcionadas à outra nas redes sociais. Os gritos de "você postou" foram confundidos com "você votou".
Saiba mais: Vídeo que circula no Instagram resgata um boato de 2020, de que uma eleitora teria sido agredida após ter "vendido" o seu voto, e não ter cumprido com o acordo. A venda de votos é um crime que pode render até quatro anos de prisão para ambos os envolvidos. Nas imagens, uma mulher aparece com um celular em mãos, saindo de um carro que contém propaganda eleitoral.
Nas reproduções da peça aqui checada, um post diz: "Se vc pegou os 100,00 da Vereadora e não votou nela, é melhor se esconder (sic)". Nos comentários, enquanto alguns se mostraram indignados com a atitude, outros fizeram críticas ao governo Lula: "E aí, essa cidadã vai presa? Ainda fazendo propaganda de um vereador? Xiiiii" escreveu um. "Esse é o Brasil que o PT gosta. Pobre batendo em pobre por dinheiro", disse outro.
Embora tenha voltado a viralizar após o primeiro turno das eleições de 2024, o vídeo não é recente. Em 2020, quando as imagens surgiram, esse mesmo boato ganhou força nas redes sociais e foi desmentido pelas polícias Militar e Civil do Rio. Ao jornal O Dia, o delegado Ângelo José Lages Machado, na época titular de 65ª DP (Magé-RJ), disse que o conteúdo foi gravado um dia antes das eleições daquele ano.
"As duas mulheres trabalham com vendas de comidas. Uma delas teria postado que a comida da outra estava com gosto de baratas e isso gerou toda essa revolta. A frase: 'Você postou' passou a ser entendida como 'Você votou'."
A Polícia Civil informou à época que a agressora teria sido identificada e convocada a depor. A mesma informação foi confirmada junto às polícias pelo portal g1 (leia aqui). O Estadão Verifica contatou o delegado Ângelo José Lages, que confirmou que a briga não aconteceu por motivo eleitoral.
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