O cirurgião plástico venezuelano Bolivar Guerrero Silva foi preso nesta segunda-feira, 18, após a família de uma paciente acusá-lo de mantê-la em cárcere privado em um hospital particular da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, depois de um procedimento cirúrgico estético que deu errado. A equipe do profissional nega as acusações (leia mais abaixo).
De acordo com a TV Globo, a Polícia Civil começou a investigar o caso porque a família da paciente procurou as autoridades e disse que ela estava sendo mantida em cárcere privado pelo cirurgião e por toda equipe dele há quase dois meses, desde que um procedimento que ela fez em março deu errado.
Essa mulher, segunda a família, procurou o cirurgião para fazer uma abdominoplastia. Ela fez o procedimento com ele em março, mas em junho começou a ter complicações e foi internada no Hospital Santa Branca.
Ainda segundo familiares, eles estavam tentando transferi-la a outro hospital, mas o médico não permitia essa transferência.
De acordo com o relato da família, o estado da mulher é grave, já que a pele da barriga dela estaria necrosando após o problema no procedimento.
Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou ao Terra que, de acordo com a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, o homem foi levado à unidade e prestou depoimento. Contra ele, foi cumprido um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. Testemunhas estão sendo ouvidas e diligências seguem para elucidar o caso.
O portal solicitou posicionamento ao hospital, mas não obteve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem.
Médico nega cárcere
Nas redes sociais do cirurgião plástico, a equipe dele postou um comunicado afirmando que a paciente queria ser liberada sem ter terminado o tratamento, porém, não queria assinar a alta à revelia - quando o paciente (ou seu representante legal) solicita alta a despeito da indicação médica.
"O dr. Bolivar foi prestar um depoimento na delegacia. Ele não estava mantendo paciente nenhuma em cárcere privado. Ela estava fazendo curativo e sendo assistida no hospital dele por ele. Porém, ela queria ser liberada sem ter terminado o tratamento e ele como médico seria imprudente de liberá-la. Ele disse que poderia liberá-la se ela assinasse a alta à revelia (documento ao qual a paciente se responsabiliza por qualquer coisa que acontecer após sua liberação) e ela não quis assinar. Ele disse que liberaria somente se ela assinasse", diz a publicação.
O post também afirma que o médico estava prestando toda assistência para a paciente. "Como ela não assinou ele não liberava. O intuito dele é prestar toda assistência a paciente até ela estar recuperada. Além disso, ela estava com um curativo especial para acelerar a cicatrização e esse curativo só pode ser manipulado por pessoas capacitadas com técnicas em enfermagem ou enfermeiros", acrescenta a postagem.
Após o ocorrido, pacientes do médico fizeram postagens e o marcaram nas redes sociais, saindo em defesa dele.
Em nota enviada ao Terra, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que "tendo conhecimento do caso pela imprensa, abriu sindicância para apurar os fatos. Todo procedimento segue em sigilo de acordo com os ritos do Código de Processo Ético-Profissional".