Confronto que matou petista em festa de aniversário teve pelo menos 13 tiros

Laudo da Polícia Científica também descarta que tesoureiro do PT atirou pedras em carro de atirador

25 jul 2022 - 16h35
(atualizado às 16h51)
P guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, que foi morto em sua festa de aniversário de 50 anos
P guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, que foi morto em sua festa de aniversário de 50 anos
Foto: Reprodução/Poder360

Laudo da Polícia Científica do Paraná identificou que pelo menos 13 tiros foram disparados durante o confronto que matou o guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, na sua festa de aniversário, em Foz do Iguaçu. O documento descartou ainda que o assassino do petista, o agente penal federal Jorge Guaranho, tenha tido o carro atingido por pedras atiradas por Arruda, como constava no depoimento à polícia da mulher do agente penal

Conforme o laudo de 32 páginas, que foi anexado ao processo na sexta-feira, 25, foram encontradas na Associação Recreativa e Esportiva Saúde Física (Aresf), local da festa, 13 estojos de arma ponto 380, além de um estojo de arma calibre ponto 40. No entanto, a Polícia Científica não identificou quais cartuchos foram utilizados pela arma de Guaranho e quais teriam sido disparados por Arruda.

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Arruda foi morto no dia 9, quando celebrava 50 anos em uma festa com o tema PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual no Paraná (MP-PR), o agente penal, simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL), teve acesso a imagens de câmeras de segurança da associação e foi até a Aresf, onde parou o carro em frente ao salão onde ocorria o aniversário de Arruda com o som alto com uma música que exaltava o presidente.

Conforme testemunhas, ele ainda começou a gritar "mito", "aqui é Bolsonaro" e iniciou uma discussão com Arruda - eles não se conheciam. O guarda municipal então atirou terra em Guaranho, que estava no seu veículo com a mulher e o filho de 3 meses. O laudo da Polícia Científica cita ter encontrado "sujidades" no banco dianteiro esquerdo e direito; no assoalho; na coluna de direção; no painel; no difusor de ar lateral esquerdo; console da porta dianteira direita; e região esquerda do banco traseiro.

O documento contraria o depoimento da mulher de Guaranho, que afirma que seu marido havia sido atingido por pedras sair do local, deixá-la em casa e voltar para a Aresf, onde já chegou atirando. Conforme a mulher do assassino, ele teria se sentido "humilhado".

Terra encontrada no banco do carro de Jorge Guaranho, assassino do petista Marcelo Arruda; contradição com depoimento da mulher de agente penal Foto: Polícia Científica Paraná

Após Guaranho efetuar disparos, Arruda revidou e, mesmo ferido, atingiu o agente penal com quatro tiros. Na semana passada, a Justiça aceitou a denúncia e tornou o agente penal réu, por homicídio duplamente qualificado. O MP-PR apontou diferenças político-partidárias como motivador do ataque contra o petista. Para a Promotoria, a morte de Arruda ocorreu por motivo fútil - a outra qualificadora foi colocar a vida de mais pessoas em risco.

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O agente penal está internado em um leito de enfermaria do Hospital Costa Cavalcanti, após deixar a UTI. Ele está sob custódia policial, pois teve a prisão preventiva decretada. Ele está consciente e foi intimado pela Justiça sobre a denúncia acatada pela 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, tornando-o réu no caso.

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