As taxas de ocupação de leitos de UTI para atendimento de pacientes com covid-19 estão acima de 90% em 14 Estados e no Distrito Federal. Outras sete unidades da federação possuem atualmente uma taxa acima de 80%, o que é considerado um patamar crítico. Só em cinco Estados, a ocupação está em um nível considerado como intermediário ou abaixo disso, o que indica que a intensidade da pandemia se mantém em muitas regiões do País, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo Observatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os 14 Estados em nível crítico são: Rondônia (94%), Acre (94%), Tocantins (93%), Piauí (94%), Ceará (98%), Rio Grande do Norte (93%), Pernambuco (97%), Sergipe (97%), Espírito Santo (91%), Paraná (94%), Santa Catarina (97%), Mato Grosso do Sul (100%), Mato Grosso (96%), Goiás (90%) e Distrito Federal (98%).
Outros sete apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 80% e 89%. São eles: Pará (80%), Alagoas (83%), Bahia (82%), Minas Gerais (89%), Rio de Janeiro (86%), São Paulo (83%) e Rio Grande do Sul (83%). Já quatro Estados apresentam taxas entre 63% e 78% - Amazonas (73%), Amapá (68%), Maranhão (78%) e Paraíba (63%). Em Roraima, a taxa é de 38%.
"De uma forma geral, podemos dizer que houve uma melhora", afirmou a pesquisadora Margareth Portela, que também integra o observatório. "Mas ainda estamos em um patamar muito alto, com o mapa do Brasil ainda predominantemente vermelho (o que indica uma taxa de ocupação acima dos 80%)."
Indicadores ficam estáveis em quase todos os Estados
Nas Semanas Epidemiológicas 14 e 15 (4 a 17 de abril), a quase totalidade dos Estados apresentou estabilidade dos indicadores. A exceção foi Roraima, onde foi verificada nova alta tanto no número de casos quanto de óbitos. No Amapá houve uma pequena redução no número de casos.
Rio de Janeiro (8,3%), Paraná (6,2%), Distrito Federal (5,3%), Goiás (5,2%) e São Paulo (5,1%) apresentaram as maiores taxas de letalidade. De acordo com os pesquisadores, os valores elevados de letalidade revelam graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses Estados. Isso inclui falta de testes de diagnóstico, identificação de grupos vulneráveis e encaminhamento de doentes graves.