À OMS, interino da Saúde diz atuar com "base em evidências"

Em discurso, Pazuello reforça o "compromisso do Brasil em apoiar e participar de iniciativas internacionais" e não cita crise nem cloroquina

18 mai 2020 - 15h43
(atualizado às 16h01)

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira, em discurso por videoconferência na 73ª Assembleia Mundial da Saúde, que o Brasil está ajustando os protocolos de combate ao covid-19 "com base em evidências", embora não tenha feito qualquer referência no rápido pronunciamento de 2 minutos sobre o rápido avanço em termos de infectados e mortos da doença no país.

"O governo federal conduz avaliações diárias das situações de risco em cada localidade, reforçando Estados e municípios com os recursos necessários, financeiros, materiais e pessoal, para mitigar os efeitos da pandemia", disse ele no evento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello
Foto: EDU ANDRADE / FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

"Além disso, o Ministério da Saúde vem ajustando seus protocolos com base em evidências e nas experiências exitosas nacionais e internacionais dos lugares mais afetados", completou.

No discurso, não há qualquer referência expressa à decisão do Ministério da Saúde --logo após a demissão na sexta-feira do ministro Nelson Teich-- de avaliar o uso da cloroquina no tratamento de pacientes leves acometidos pela Covid-19. Essa eventual adoção desse medicamento é contestada por especialistas diante da falta de evidências claras de eficácia.

Pazuello também não fez qualquer menção a medidas de isolamento social. Disse que o Brasil, por ser um país de "dimensões continentais e com características diversas", tem estabelecido estratégias adequadas a cada região, através do "diálogo entre os três entes federativos, com foco atual na região Norte-Nordeste do país, que são as regiões mais afetadas até o momento".

Apesar das declarações do ministro interino, o presidente Jair Bolsonaro tem entrado em atrito constantes com governadores e criticado duramente as medidas de isolamento social adotadas por governantes locais para frear a propagação do vírus. Bolsonaro, que tem participado de manifestações em que pessoas se aglomeram contrariando as orientações de saúde, já minimizou a Covid-19, classificando-a de "gripezinha".

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Pazuello solidarizou-se "com todas as famílias do mundo, em especial do Brasil que tiveram perdas por essa doença". No domingo, o país alcançou 241.080 infectados pelo novo coronavírus e ainda já superou 16 mil mortes.

"A pandemia do coronavírus evidenciou um cenário desafiador para todo o mundo e reafirmou a importância da saúde universal para o desenvolvimento da segurança das nações", disse.

O ministro disse que o Brasil está se estruturando para o enfrentamento desta pandemia em duas grandes estruturas, o comitê de crise, coordenada pela Casa Civil, e o comitê de operações de emergência, coordenado pelo Ministério da Saúde.

"O primeiro tem a missão de propor, acompanhar e articular medidas intersetoriais e o segundo tem a missão de definir estratégias e ações do sistema de saúde, relacionadas as respostas da emergência de saúde pública para fazer frente ao coronavírus", destacou.

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O ministro interino ainda disse ainda ter profundo respeito e agradecimento aos milhares de profissionais de saúde que estão se expondo aos riscos de contaminação para salvar vidas.

Pazuello finalizou o discurso reforçando o "compromisso do Brasil em apoiar e participar de iniciativas internacionais que fortalecem a cooperação internacional e buscam o acesso universal ao diagnóstico, aos medicamentos, e às vacinas, que nos permitirão salvar mais vidas e retornar à normalidade de forma segura, sem que ninguém fique para trás".

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