A posição é não prorrogar mandatos de prefeitos, diz Barroso

Próximo presidente da Corte reafirmou que cabe ao Congresso definir se a votação será adiada

11 mai 2020 - 17h19
(atualizado às 17h26)
Posição comum entre ministros do TSE é não prorrogar mandatos de prefeitos, diz Barroso
Posição comum entre ministros do TSE é não prorrogar mandatos de prefeitos, diz Barroso
Foto: IstoÉ

BRASÍLIA - O ministro Luís Roberto Barroso afirmou nesta segunda-feira (11) que a "posição comum" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é por não prorrogar mandatos de prefeitos e vereadores mesmo que seja preciso adiar as eleições municipais de 2020 no mês de outubro. Por causa da incerteza causada pela pandemia de covid-19, são estudadas opções, como o adiamento do processo para dezembro. Barroso assumirá a presidência do TSE no final deste mês e comandará o processo eleitoral deste ano.

"Consideramos que eleições são rito vital para a democracia e nós não gostaríamos de adiá-las. Para modificar a data, o Congresso deve (atuar), porque depende de Proposta de Emenda à Constituição (PEC). A posição de comum acordo dos ministros do TSE é de evitar qualquer tipo de prorrogação de mandatos", disse Barroso durante o Congresso de Democracia e Direito Eleitoral.

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Para Barroso, se for "impossível materialmente" realizar as eleições, uma prorrogação de mandatos pelo "prazo mínimo" pode ser uma saída. Com isso, a manutenção dos atuais prefeitos e vereadores por mais dois anos, para que as eleições municipais coincidam com as eleições gerais, em 2022, foi descartada pelo ministro.

"O preceito democrático prevê eleitos por quatro anos e a população tem direito de se manifestar pela recondução, ou não. A periodicidade das eleições e possibilidade de alternância de poder são compromissos da democracia", afirmou Barroso. Na avaliação de Barroso, a coincidência das eleições em 2022 traria confusão entre eleitores e poderia prejudicar candidatos. "O debate nacional é diferente do debate localizado e alguém vai perder se esse debate for sobreposto."

Além disso, a possível escolha de sete candidatos poderia trazer um "inferno gerencial" para a própria Corte eleitoral, na avaliação de Barroso. "Nós estimamos 750 mil candidatos nas eleições de 2020. Se somarmos aos milhares de candidatos (previstos para 2022), estaremos criando dificuldade grande", afirmou o ministro do TSE.

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