A capital da Nova Zelândia ganhou um ânimo extra na semana passada, com a chegada do diretor de Hollywood James Cameron e sua equipe ao país para filmar a sequência muito aguardada do épico de ficção científica "Avatar".
O filme faz parte de um punhado de produções que estão começando na Nova Zelândia agora que a nação começa a reabrir depois de conter o novo coronavírus, e o país espera que a indústria cinematográfica dê um impulso à sua economia abalada.
As fronteiras neozelandesas continuam fechadas para estrangeiros, mas o governo deu uma permissão especial para os 55 membros da equipe que trabalha na continuação de "Avatar" chegarem em um voo fretado.
"Certamente, o fato de podermos começar mais cedo do que alguns países é ótimo, embora seja angustiante ver que a pandemia ainda é um desafio tão grande em todo o mundo", disse Annabelle Sheehan, executiva-chefe da Comissão de Cinema da Nova Zelândia.
As montanhas, prados e florestas do país, que ganharam notoriedade na trilogia "Senhor dos Anéis", atraíram várias grandes produções cinematográficas nos últimos anos.
Cerca de 47 delas estavam em andamento quando a primeira-ministra, Jacinda Ardern, impôs um isolamento rígido no dia 26 de março para conter a disseminação do coronavírus.
A medida foi um grande sucesso, e o vírus foi quase eliminado da Nova Zelândia, que pode estar entre os primeiros países do mundo a voltar ao normal nesta semana, exceto pelas divisas fechadas.
Jon Landau, produtor de "Avatar", publicou uma foto de si mesmo e do diretor Cameron depois de pousarem na semana passada e disse que eles se isolarão durante 14 dias, de acordo com as regras do governo.
"Seu país se tornou um líder em como lidar com algo assim, e acho que filmes desejarão vir", disse Landau em uma entrevista à Rádio Nova Zelândia, referindo-se à campanha contra o coronavírus.
Como pessoas de todo o mundo estão confinadas em casa, a pressão para cineastas e outros criadores de conteúdos criarem novos materiais e lançá-los é grande.
Mas o que os impede é a falta de locais seguros para trabalhar, dizem especialistas da indústria. Agora a Nova Zelândia é uma opção.
"Tivemos algumas sondagens internacionais, e isso se deve à nossa condição de livres da Covid", contou Gary Watkins, executivo-chefe do Avalon Studios, que se localiza em Wellington, foi usado para a filmagem de "A Vigilante do Amanhã", de 2017, estrelado por Scarlett Johansson, e também contribuirá com o novo "Avatar".