Cansados do isolamento de coronavírus mais longo da Europa, os italianos marcaram esta segunda-feira nos calendários há um mês desde que o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, indicou pela primeira vez que esta poderia ser a data em que a vida voltaria a algo parecido com o normal.
Agora, a empolgação se arrefeceu com o conhecimento de que, no final das contas, muitas das restrições das últimas oito semanas continuarão em vigor, e existe muita confusão sobre quais serão revogadas.
Como quase 29 mil mortes da Covid-19 desde que seu surto emergiu, em 21 de fevereiro, a Itália tem o segundo maior número de mortes, só perdendo para os Estados Unidos.
Além disso, a taxa diária de fatalidades e infecções novas diminui mais gradualmente do que o governo esperava, levando Conte a adotar uma abordagem mais paulatina para encerrar o isolamento, que será ajustado constantemente dependendo das tendências do contágio.
"Ainda estamos nas garras da pandemia", disse ele em uma entrevista ao jornal La Stampa no domingo, enfatizando que a chamada "fase 2" do isolamento "não deve ser vista como um sinal de que estamos todos livres" e de que as coisas podem voltar ao normal.
As pessoas poderão sair de casa com mais liberdade e mais locais de trabalho terão permissão de reabrir, contanto que cumpram as regras de distanciamento social, mas a maioria das lojas continuará fechada até 18 de maio, e restaurantes e bares só podem realizar entregas.
Escolas, cinemas, teatros, museus e cabeleireiros continuam fechados, e devem ser reabertos em datas futuras escalonadas.
Os parques reabrirão nesta segunda-feira, e os italianos poderão correr e fazer outras atividades ao ar livre se mantiverem uma distância de dois metros.
Máscaras serão obrigatórias em todos os ambientes fechados, e poderão ser compradas em farmácias a um preço subsidiado de 0,5 euro.
O afrouxamento do isolamento está sendo prejudicado pela falta de clareza sobre quais atividades exatamente serão permitidas a partir desta segunda-feira e até quais casas as pessoas poderão visitar.
A confusão só foi agravada pelas diretrizes emitidas pelo governo no final de semana, que logo se tornaram o foco de críticas generalizadas e de deboches nas redes sociais.
Estas determinaram que visitas até mesmo a parentes distantes serão permitidas, além de visitas a qualquer um com "um laço afetivo estável".
Mas elas não explicaram se uma amizade conta como um laço afetivo estável, até uma mensagem extraoficial do escritório do premiê a veículos de imprensa explicar que estas visitas ainda não estão liberadas.