A Alemanha apresentou nesta segunda-feira um pacote de até 750 bilhões de euros para mitigar os danos do surto de coronavírus na maior economia da Europa, com Berlim tentando assumir novas dívidas pela primeira vez desde 2013.
"É um pacote muito grande, com muitas medidas", disse Olaf Scholz, vice-chanceler alemão, a repórteres durante uma entrevista coletiva com o ministro da Economia do país, Peter Altmaier, acrescentando que a Alemanha dobrará o número de leitos em unidades de terapia intensiva.
O orçamento suplementar de 156 bilhões de euros do governo federal, que será financiado com novos empréstimos, ressalta a determinação de Berlim de usar "tudo o que temos" para combater o impacto do surto de coronavírus, acrescentou Scholz.
O governo espera que a pandemia de coronavírus mergulhe a economia em uma recessão, com Scholz afirmando que seus planos orçamentários se basearam na suposição de que o Produto Interno Bruto (PIB) cairá cerca de 5% este ano.
O gabinete alemão aprovou nesta segunda-feira um projeto de lei que prevê um fundo de estabilidade econômica que receberá até 100 bilhões de euros que pode assumir participações diretas em empresas como forma de frustrar aquisições estrangeiras.
O pacote inclui outros 100 bilhões de euros em crédito ao banco público de desenvolvimento KfW para empréstimos a empresas em dificuldades.
O governo concederá ao KfW uma autorização de dívida para ambas as medidas no valor de 200 bilhões de euros. Isso significa que a nova dívida líquida total pode subir para 356 bilhões de euros este ano, dependendo de quanto as empresas estão usando as ferramentas.
Além disso, o fundo de estabilidade oferecerá 400 bilhões de euros em garantias de empréstimos para assegurar dívida corporativa sob risco de inadimplência, elevando o volume do pacote geral a até 750 bilhões de euros.