O ministro da Economia da Alemanha, Peter Altmaier, solicitou nesta segunda-feira aos 16 Estados federais que afrouxem com cautela as restrições impostas em decorrência do surto de coronavírus para evitar que a doença se propague novamente e os force a reintroduzir as medidas de bloqueio.
A Alemanha teve cerca de 155 mil casos diagnosticados do coronavírus, de acordo com dados oficiais publicados nesta segunda-feira, e 5.750 mortes, uma proporção muito menor de mortes em relação à Itália, Espanha, França e Reino Unido.
"Como uma pessoa que acredita em decisões baseadas em fatos, eu recomendo a todos nós que procedamos com muito cuidado para não sermos forçados a rescindirem medidas de afrouxamento", disse o ministro da Economia, Peter Altmaier, um dos aliados mais próximos de Merkel, à rádio Deutschlandfunk, nesta segunda-feira.
Helge Braun, chefe de gabinete de Merkel, escreveu em uma carta vista pela Reuters aos parlamentares da coalizão governista que a Alemanha deveria estar otimista. Ele acrescentou: "No interesse de toda a população, para evitar sobrecarregar o sistema de saúde a longo prazo, é muito cedo para suspender o distanciamento social".
À medida que o número de novas infecções tem diminuído, muitos negócios, como lojas menores ou concessionárias de automóveis, foram autorizadas a reabrirem e alguns estudantes estão retornando às escolas.
Mas um porta-voz do governo colocou um balde d'água fria na esperança de que Berlim pudesse decidir em breve mais medidas para diminuir as restrições.
Uma reunião de Merkel com premiês dos 16 Estados na quinta-feira será muito cedo para avaliar os efeitos do atual alívio das restrições ao coronavírus, disse o porta-voz.
O atual bloqueio custou à indústria do turismo da Alemanha cerca de 24 bilhões de euros (26,04 bilhões de dólares) somente em março e abril, de acordo com a associação da indústria do setor, que deseja auxílio estatal imediato para suas menores empresas.