Antes de assumir Saúde, Teich era defensor de Mandetta

Teich também defendeu ideias alinhadas com as de Bolsonaro, como a necessidade de projeções que considerem os aspectos econômicos da crise

16 abr 2020 - 19h59
(atualizado às 20h27)
Escolhido para assumir o Ministério da Saúde, o oncologista Nelson Teich faz declaração no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira, 16. Ele afirmou que não pretende fazer qualquer mudança brusca na política da pasta, mas defendeu o entendimento entre as áreas de saúde e da economia sobre a melhor estratégia de combate à crise do coronavírus no País. Ele disse haver um "alinhamento completo" com o presidente Jair Bolsonaro. 16/04/2020
Escolhido para assumir o Ministério da Saúde, o oncologista Nelson Teich faz declaração no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira, 16. Ele afirmou que não pretende fazer qualquer mudança brusca na política da pasta, mas defendeu o entendimento entre as áreas de saúde e da economia sobre a melhor estratégia de combate à crise do coronavírus no País. Ele disse haver um "alinhamento completo" com o presidente Jair Bolsonaro. 16/04/2020
Foto: Gabriela Biló / Estadão Conteúdo

O oncologista que será empossado como novo ministro da Saúde, em substituição a Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich já escreveu artigos em que defende o isolamento horizontal, aponta fragilidades do isolamento vertical - modelo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e elogiou a atuação do agora antecessor.

Em três artigos publicados na plataforma LinkedIn nos dias 18 de março, 24 de março e um 3 de abril, Teich abordou especificamente a questão da pandemia do coronavírus. No primeiro, o médico faz uma defesa da telemedicina. É nesse artigo inicial em que consta o elogio à atuação do Mandetta frente à crise.

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"Impossível falar sobre o problema da covid-19 no Brasil e não comentar a atuação brilhante do Ministro Luiz Henrique Mandetta. Excepcional condução, tranquilidade, equilíbrio, eficiência e enorme capacidade de comunicar de forma clara com a sociedade", escreveu.

No segundo artigo, ele defende a necessidade de se conseguir o máximo de informações possível sobre a doença, para "rever diariamente a realidade, os cenários, as projeções e as ações". Esse segundo texto traz as ideias mais alinhas as que Bolsonaro têm defendido publicamente, incluindo a necessidade de projeções sobre o coronavírus levarem em consideração "o impacto de uma crise econômica nos níveis de saúde e mortalidade da população".

Sobre a necessidade de se olhar a crise pelo aspecto econômico ou da saúde, ele afirmou: "Não me coloco aqui como alguém que defende um lado ou outro, na verdade é o oposto, não pode existir lado".

Em seu texto mais recente sobre o tema, ele se coloca explicitamente em favor da adoção do isolamento horizontal, "onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento". O médico ainda aponta fragilidades do isolamento vertical, defendido pelo presidente, em que apenas pessoas de grupos de risco ficam em casa.

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"Sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem à partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa", explicou.

"O ideal seria um isolamento estratégico ou inteligente. Vamos falar sobre isso mais à frente", prometeu.

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