Após proibir voos, Itália diz estar disposta a ajudar Brasil

Ministro ofereceu auxílio a países em dificuldade pela pandemia do novo coronavírus

14 jul 2020 - 13h27
(atualizado às 13h40)

O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, afirmou nesta terça-feira (14) que o país está disposto a ajudar o Brasil e outras nações com dificuldades para controlar a pandemia do coronavírus Sars-CoV-2.

O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, no Hospital Lazzaro Spallanzani, em Roma
O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, no Hospital Lazzaro Spallanzani, em Roma
Foto: ANSA / Ansa

A declaração foi dada durante uma sabatina no Senado da República, em Roma, cinco dias depois de Speranza ter proibido a entrada na Itália de pessoas que tenham transitado por 13 países "de risco" nas duas semanas anteriores à viagem, incluindo o Brasil.

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"A Itália quer isolar o vírus, interromper a cadeia de contágio, e não isolar os países atingidos, para os quais reconfirmamos nossa máxima disponibilidade de ajuda e cooperação", disse.

Speranza acrescentou que está trabalhando com o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, e o comissário do governo para a pandemia, Domenico Arcuri, para "responder positivamente, a partir do Brasil, aos tantos pedidos de ajuda que nos chegam de nações em dificuldade" por causa do coronavírus.

"A Itália fará sua parte. Ninguém se salva sozinho, um vírus global é derrotado sobretudo com uma forte cooperação internacional", acrescentou.

Restrições - Speranza foi ao Senado para apresentar o novo decreto do governo que prorroga até 31 de julho as medidas restritivas de combate à pandemia.

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"Até hoje, 13 milhões foram infectados e 500 mil morreram, é evidente que não podemos abaixar a guarda. [...] Arriscamos importar o novo coronavírus de cidadãos que chegam de fora ou de italianos que retornam", declarou.

O novo decreto do primeiro-ministro Giuseppe Conte, ainda não publicado, prorrogará até 31 de julho a obrigatoriedade do uso de máscaras em transportes públicos, lojas, repartições do governo, hospitais e outros locais fechados onde não for possível manter distância interpessoal mínima de um metro.

As restrições de viagem atualmente em vigor também foram mantidas. Atualmente, estão permitidos, por qualquer motivo e sem obrigação de quarentena, os turistas provenientes dos Estados-membros da União Europeia e do Espaço Schengen, além de Reino Unido, Andorra, Mônaco, San Marino e Vaticano.

Já quem tiver transitado nos 14 dias anteriores por outros países deve cumprir isolamento domiciliar de duas semanas, mesmo que a viagem seja proveniente de uma nação da UE. Ainda assim, em relação às nações extracomunitárias, só são permitidas entradas por comprovadas exigências de trabalho, absoluta urgência, motivos de saúde ou estudo.

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As exceções são os 14 países autorizados recentemente pela União Europeia: Argélia, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Geórgia, Japão, Montenegro, Marrocos, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Tailândia, Tunísia e Uruguai. Nestes casos, o turista precisa respeitar 14 dias de quarentena ao chegar na Itália, mas pode viajar independentemente do motivo.

Além disso, está proibida a entrada na Itália de pessoas que tenham transitado por 13 países considerados "de risco" nas duas semanas anteriores à viagem: Armênia, Bahrein, Bangladesh, Bósnia-Herzegovina, Brasil, Chile, Kuwait, Macedônia do Norte, Moldávia, Omã, Panamá, Peru e República Dominicana.

Neste caso, estão vetados quaisquer tipos de viagens, inclusive as consideradas essenciais. Somente cidadãos europeus com residência na Itália estão livres da proibição, assim como parentes próximos, mas precisam cumprir quarentena de 14 dias.

Voos diretos e indiretos envolvendo essas nações também estão proibidos. Segundo Speranza, a lista será atualizada "constantemente" pelo governo, de acordo com a evolução da pandemia nos países.

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