O presidente da CPI da Covid do Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quarta-feira que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, "mentiu demais" em depoimento que prestou na semana passada à comissão de inquérito, e não descartou aceitar futuramente pedidos de prisão de depoentes por faltarem com a verdade.
O comentário de Aziz foi feito perto do final do depoimento do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fábio Wajngarten, que teve um pedido de prisão feito pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), que foi rejeitado pelo presidente do colegiado.
"Eu vi o atual ministro que vai voltar aqui porque mentiu muito, mentiu demais, mentiu até mais do que você (se referindo a Fábio Wajngarten), ele vai voltar e aí ele vai ter que dizer como é que ele diz que nunca é tarde após 425 mil mortes", disse o presidente da CPI.
"Não é tarde para você, ministro, que não perdeu familiares, amigos, que não ficou órfão. É tarde para quem ficou órfão, para quem perdeu pessoas queridas, familiares e amigos. É tarde sim, ministro, nós poderíamos ter resolvido isso muito antes", emendou.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já tem requerimentos para ser convocado novamente à CPI, após críticas de senadores diante do depoimento que ele deu ao colegiado.
Em sua fala, o presidente do colegiado não detalhou quais seriam as mentiras ditas pelo atual ministro da Saúde. Procurada, a assessoria de Queiroga não respondeu de imediato o pedido de comentário.
Ao falar com o ex-secretário de Comunicação, Aziz disse que poderia decretar futuramente uma prisão de um depoente.
"Não duvidem que hoje eu posso não ter tomado a decisão que muitos queriam, mas eu acho que você trouxe uma contribuição para essa CPI que ninguém, nenhum depoente, trouxe até agora. Mas não se iluda que eu não vou ter essa parcimônia em relação a outros depoimentos que tiverem aqui, tenham certeza disso", afirmou.
O presidente da CPI disse que está "muito enganado" quem acredita que pode brincar ou intimidar a comissão de inquérito.