BRASÍLIA - Sob pressão do Congresso para uma nova rodada de pagamento do auxílio emergencial, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 8, que o benefício tem um "limite", mas admitiu que novas parcelas são discutidas. As últimas parcelas do auxílio concedido por causa da pandemia da covid-19 foram pagas em dezembro. Agora, a equipe econômica discute a retomada do benefício com lideranças do Senado e da Câmara.
Na semana passada, após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o ministro Paulo Guedes, da Economia, disse que a nova rodada do auxílio deve ficar restrita à metade dos 64 milhões de pessoas que terminaram 2020 recebendo o benefício. Como o Estadão mostrou, a equipe econômica considera "mais viável" o valor de R$ 200.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), antecipou ao Estadão que um dos critérios que está sendo discutido entre o comando do Congresso e a equipe econômica é pagar o benefício para os beneficiários do Bolsa Família e os que estão na fila aguardando para serem incluídos no programa assistencial.
Em conversa com apoiadores nesta segunda-feira, Bolsonaro voltou a criticar as políticas de fechamento do comércio durante a crise sanitária. Apesar disso, ele afirmou que a economia está saindo do "sufoco". "A economia já está cambaleando, está saindo do sufoco. Aquela política do 'fique em casa a economia a gente vê depois', muita gente perdeu emprego. Perdeu o ganha pão dele. Não interessa se tinha carteira ou não tinha", declarou.
"O auxílio emergencial tem um limite. Já se fala em possíveis novas parcelas do auxílio emergencial", disse. Ele citou ainda o aumento do preço dos produtos da cesta básica. "Agora outra coisa também que é complicado, os produtos da cesta básica, em especial os alimentos mais essenciais, arroz, óleo de soja subiram em média 20%. Então, o povo está empobrecendo, perdendo o seu poder de compra", disse.
Segundo Bolsonaro, a busca por uma alternativa para a situação da população não é responsabilidade apenas do presidente. Ele destacou que entre esta segunda e terça-feira deve se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Devemos procurar uma solução para isso. Não passa apenas pelo presidente da República. Hoje conversei por telefone com o novo presidente da Câmara, devemos nos encontrar nas próximas horas, no máximo amanhã, (ele) quer resolver também. Agora, são soluções que não são fáceis de resolver", disse.