O presidente Jair Bolsonaro desistiu de realizar um churrasco no Palácio da Alvorada neste sábado, 9, após forte repercussão negativa pela confraternização em meio ao avanço de mortes pela covid-19. Bolsonaro ainda chamou o evento que ele mesmo anunciou dias atrás de "churrasco FAKE" (falso) em publicação nas suas redes sociais. Nesta sexta-feira, em tom de ironia, ele declarou que esperava receber 3 mil pessoas no churrasco.
"Alguns jornalistas idiotas criticaram o churrasco FAKE, mas o MBL se superou, entrou com AÇÃO NA JUSTIÇA", escreveu o presidente neste sábado, fazendo referência à medida judicial proposta pelo Movimento Brasil Livre.
Na quinta-feira, 7, Bolsonaro disse que receberia "uns 30 convidados" no Palácio do Alvorada. O churrasco seria bancado com "vaquinha" de R$ 70 reais por pessoa. Segundo o presidente, os convidados ainda fariam uma "peladinha", como são chamados jogos de futebol. A realização de um churrasco contraria as medidas de distanciamento social propostas por autoridades sanitárias em todo o mundo, inclusive a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na internet, o assunto #churrascodamorte esteve entre os mais comentados no Twitter neste sábado, 9. Críticos da iniciativa fizeram com que essa palavra chave tivesse mais de 50 mil menções. A expressão #Churrasco10kdoBolsonaro também está no topo de temas mais comentados na plataforma. Essa hashtag faz referência aos quase 10 mil mortos por covid-19 no País. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou, nesta sexta-feira, 8, 751 mortes, elevando o número total de vítimas do coronavírus para 9.897. Já são 145.328 casos confirmados da doença.
Pela manhã, Bolsonaro recebeu apenas o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, na residência oficial da Presidência.
Desde a decretação do estado de emergência em razão da pandemia, o presidente Bolsonaro tem tido vários compromissos no fim de semana que contrariam as recomendações de isolamento social. Em Brasília, ele já visitou o comércio local, causando aglomeração em regiões administrativas da capital federal e participou de manifestações favoráveis ao seu governo e contrárias ao Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.