O presidente Jair Bolsonaro reforçou críticas nesta quarta-feira (10) às medidas de isolamento para conter a disseminação do novo coronavírus e a adversários políticos. Segundo o presidente, a "política do lockdown, que começou no ano passado, não era pra salvar vidas, era para dar tempo aos hospitais se reequiparem". Para o presidente, o "povo está sofrendo" e "está havendo abusos" com política de "fecha tudo".
Bolsonaro voltou a criticar seu concorrente no segundo turno das eleições presidenciais em 2018, Fernando Haddad, bem como o PT e outros partidos de esquerda. Para o presidente, "muitos governadores querem um lockdown nacional" e alguns usam o coronavírus politicamente. "Imaginem se fosse o Haddad presidente? Nem precisava que os governadores pedissem fechamento", afirmou na saída do Palácio da Alvorada aos apoiadores.
O presidente não comentou a decisão desta semana do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de anular as condenações que pesavam contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas fez referência às acusações de corrupção contra membros do partido. "Imaginem se o PT fosse governo com essa onda de comprar sem licitação", afirmou sobre compras em caráter emergencial.
"Demos bilhões de reais para Estados e municípios. Alguns investiram bem os recursos, outros, não", disse Bolsonaro. "Um dos Estados, o Maranhão, é um dos que recebeu muitos bilhões também. O governador lá Flávio Dino (PCdoB) pagou a folha de salário e muita coisa, mas não investiu na saúde. Não quero falar que não investiu: ou investiu muito pouco ou quase nada. Não investiu o necessário o Maranhão na Saúde", disse o presidente.
Transmissão semanal
Bolsonaro também adiantou que deve falar da questão da vacinação no País durante a transmissão que faz toda semana, às quintas-feiras a partir das 19h. "A primeira vacina foi comprada em 6 de agosto. Pessoal fala que eu sou negacionista. Eu vou mostrar amanhã (quinta) na live nossa o contrato e o que o jornal publicou", disse o presidente.
Apesar da fala, as vacinas contratadas pelo governo federal por meio da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) representam um a cada 10 doses aplicadas. "Em dezembro reservamos R$ 20 bilhões para comprar vacinas. Agora, o mundo não tem", disse o presidente.