Bolsonaro diz que vai indicar nomes para o ministro da Saúde

Presidente disse que sugeriu nomes para começar a formar um ministério que siga sua orientação na crise do coronavírus

16 abr 2020 - 20h17
(atualizado às 21h52)
Bolsonaro avisa que vai indicar nomes na equipe de novo ministro da Saúde
Bolsonaro avisa que vai indicar nomes na equipe de novo ministro da Saúde
Foto: fdr

BRASÍLIA - O presidente da República, Jair Bolsonaro, decidiu interferir na composição da nova equipe do Ministério da Saúde. O presidente afirmou nesta quinta-feira, dia 16, que indicará nomes ao novo ministro, o oncologista Nelson Teich, nomeado para substituir o ortopedista e ex-deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM), após semanas de divergências entre eles.

"Ele (Teich) vai nomear boas pessoas, eu vou indicar algumas pessoas também, porque é um ministério muito grande. Foram sugeridos nomes sim, para começar a formar um ministério que siga a orientação do presidente de ver o problema como um todo e não uma questão no particular", afirmou o presidente, na portaria do Palácio da Alvorada.

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A interferência direta do presidente é uma mudança em relação à autonomia que Bolsonaro deu a Mandetta. O agora ex-ministro sempre ressaltou que compôs a equipe com nomes majoritariamente técnicos, aos quais deu também protagonismo nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus. Havia na equipe também políticos de carreira na assessoria de ministro, como os ex-deputados José Carlos Aleluia e Abelardo Lupion, ambos do Democratas.

Bolsonaro confirmou que haverá trocas de boa parte da equipe montada por Mandetta, mas elogiou os quadros e afirmou que haverá colaboração na transição.

"A gente troca para não continuar a mesma coisa. Foi uma conversa muito saudável com o Mandetta, ele vai colaborar em tudo, tenho só a agradecê-lo", afirmou. "O ministério começa a receber gente nova já amanhã. Não estamos com pressa de demitir, não. O ministério é dele (Teich), nosso, do Brasil, alguns nomes serão trocados com toda certeza. Muita gente vai sair com Mandetta, eles falaram na entrevista 'chegamos juntos e saímos juntos'. Tem gente excepcional naquele ministério".

O presidente não quis dizer quem vai indicar. Ele tergiversou, por exemplo, quando foi questionado especificamente sobre o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS), que foi cotado para o cargo de ministro e faz uma defesa enfática nas redes sociais das opiniões do presidente, contrárias ao que vem sendo recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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"Gosto muito dele, quase todo dia converso com ele. Opinões do Osmar Terra são muito parecidas com a minha, se bem que ele é médico. Ele é uma pessoa aí que entende do assunto, espero que ele esteja certo, mas nos traz muita paz e tranquilidade", disse Bolsonaro.

Bolsonaro destacou que o novo ministro está alinhado ao seu pensamento e, segundo ele, também defende a ampliação do uso de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. Ele disse que Teich estava emocionalmente abalado no primeiro pronunciamento oficial, por estar assumindo o cargo no meio da pandemia. "O novo ministro pensa da mesma maneira que eu em muita coisa", disse Bolsonaro.

Ele afirmou que muitos médicos com quem mantém contato compartilham a opinião favorável a receitar o medicamento e minimizou riscos colaterais. "Pode ser que a cloroquina não dê certo, mas não temos outra alternativa no momento. E outra, não tem esse efeito colateral todo como alguns dizem", disse, com a ressalva de que sua opinião é de leigo."Administrado com receita médica não tem efeito colateral."

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