Bolsonaro e Trump "ganham" prêmio por gestão da pandemia

Líderes tiveram 'mais efeito que a ciência' sobre a vida e morte e "vencem" premiação cômica que premia os fatos mais irrelevantes

18 set 2020 - 08h28
(atualizado às 08h45)

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e dos Estados Unidos, Donald Trump, estão entre os "vencedores" da 30ª edição do prêmio Ig Nobel, que todo ano "premia" os fatos mais irrelevantes ou inusitados da ciência mundial.

Donald Trump e Jair Bolsonaro durante encontro no resort de Mar-a-Lago, na Flórida, em 7 de março
Donald Trump e Jair Bolsonaro durante encontro no resort de Mar-a-Lago, na Flórida, em 7 de março
Foto: EPA / Ansa

No anúncio da noite desta quinta-feira (17), os dois líderes ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, do México, Andrés López Obrador, de Belarus, Aleksandr Lukashenko, do Turcomenistão, Gurbanguly Berdimuhammedow, e dos primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, e da Índia, Narendra Modi, receberam o prêmio de "Educação Médica".

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Segundo os organizadores, eles tiveram um "efeito mais imediato sobre a vida e sobre a morte do que cientistas e médicos" na gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Todos, em maior ou menor grau, tiveram posturas negacionista em relação à Covid-19 e, não por acaso, alguns dos países citados estão entre os que registram a maior quantidade de casos da doença no mundo: EUA, Brasil, Índia e Rússia.

O evento é organizado pela revista "Annals of Improbable Research", graças ao financiamento de diversas entidades, como os estudantes de Física da Universidade de Harvard, nos EUA. O anúncio é sempre feito no teatro da Universidade de Harvard, no Reino Unido, mas neste ano foi realizado de maneira online por conta da Covid-19.

O "prêmio" para os vencedores é uma nota de 10 trilhões de dólares do Zimbábue e uma caixa de montagem com as instruções sobre como montar em um dos lados da peça.

"O prêmio: De acordo com a organização, o objetivo é 'celebrar o incomum, homenagear a imaginação e estimular o interesse das pessoas na ciência'".

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No ano passado, o grande vencedor foi um estudo sobre se a pizza feita na Itália ajuda a combater o câncer. Na edição 2020, os demais prêmios seguiram a linha mais cômica da premiação.

Cientistas do Brasil, Itália, Escócia, Polônia, França, Colômbia, Chile e Austrália foram premiados na categoria "Economia" por tentarem fazer relação entre o tamanho do Produto Interno Bruto de um país e a quantidade de beijos na boca registrada nele.

Também com participação de pesquisadores italianos - ao lado de australianos, ucranianos, alemães, franceses, britânicos e sul-africanos - foi dado o prêmio "Física" por um estudo sobre o que acontece com o corpo de uma minhoca se ele for colocado para vibrar em alta frequência.

Já os governos da Índia e do Paquistão venceram a categoria "Paz" por permitirem que seus diplomatas tocassem as campainhas das casas uns dos outros no meio da noite e depois fugissem.

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Outros prêmios foram dados para uma pesquisa que induziu uma fêmea de jacaré a soltar um ruído após cientistas a colocarem em uma sala repleta de gás hélio; o diagnóstico de um novo tipo de doença psiquiátrica, a misofonia, que são pessoas que sofrem ao ouvir outra pessoa mastigando; e o método canadense para descobrir se alguém é narcisista por conta do formato da sobrancelha. 

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