O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira (10) projetos de lei que ampliam a capacidade de aquisição de vacinas pelo governo federal, mas voltou a defender o uso de medicamentos que não têm comprovação científica de eficácia contra o novo coronavírus Sars-CoV-2.
"A gente orienta a população brasileira ao menor sintoma de covid, como a falta de paladar, resfriado e febre, procure a unidade básica de saúde. O médico sabe que não existe um medicamento ainda com sua comprovação científica, mas muitos médicos também afirmam que existem tratamentos opcionais", afirmou.
Durante discurso no Palácio do Planalto, Bolsonaro reforçou que o médico "sabe, aprendeu, tem o direito e o dever de medicar todo aquele que o procura" na busca de uma alternativa contra uma "doença ainda não totalmente conhecida, ainda não contendo um medicamento com a sua certificação, com sua comprovação científica".
Ele afirmou que muitas pessoas estão sendo salvas no Brasil ao buscar esse atendimento imediato, inclusive ele, com "uma cesta de produtos, como a ivermectina, hidroxicloroquina, annita, azitromicina, vitamina D, entre outros, e tiveram sucesso"
A declaração foi dada durante a primeira cerimônia do Palácio do Planalto após o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez duras críticas sobre a gestão do governo contra a covid-19.
E apesar de voltar a falar sobre os medicamentos, o evento marcou uma mudança de postura do governo Bolsonaro, tendo em vista que o presidente e seus ministros apareceram utilizando máscara de proteção contra a Covid, algo incomum. No início de seu pronunciamento, inclusive, Bolsonaro chegou a defender a atuação de seu governo contra a pandemia, ressaltando que foi incansável na luta.
"Fomos um exemplo para o mundo. Várias medidas tomamos em 2020.
A politica do lockdown adotada no passado, o isolamento ou confinamento, visava tão somente dar tempo para que hospitais fossem aparelhados com leitos de UTI e respiradores. O governo federal não poupou esforços, não economizou recursos para atender todos estados e municípios", afirmou.
Na cerimônia, o presidente também sancionou uma lei que prorroga a suspensão do cumprimento de metas pelos prestadores de serviço de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).