Brasil perde 1,19 milhão de vagas formais no 1º semestre

Em junho, foi registrada a menor perda de empregos desde o início da pandemia, com 10,9 mil vagas fechadas; entre março e junho, porém, número de vagas fechadas supera 1,5 milhão

28 jul 2020 - 11h17
(atualizado às 11h49)

BRASÍLIA - Com queda nas demissões e aumento nas contratações, o mercado de trabalho registrou em junho a menor perda de vagas desde a chegada da pandemia de covid-19 no Brasil, em março. Houve um fechamento líquido de 10.948 de empregos com carteira assinada em junho, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira, 28, pelo Ministério da Economia. Entre março e junho, porém, a perda de empregos formais chegou a 1,539 milhão. No acumulado primeiro semestre, o saldo do Caged ficou negativo em 1,198 milhão de vagas, o pior desempenho para o período da série histórica iniciada em 2002.

Homem aguarda em fila para se candidatar a vaga de emprego em São Paulo
29/03/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Homem aguarda em fila para se candidatar a vaga de emprego em São Paulo 29/03/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Em maio, a perda havia sido de 350.303 vagas, sucedendo o fundo do poço de abril com fechamento de 918.296 postos de trabalho, e a destruição de 259.917 vagas em março. Os dados de meses anteriores foram atualizados hoje pela pasta. Entre março e junho, a perda de empregos formais para a pandemia chegou a 1,539 milhão.

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O resultado de junho decorre de 895.460 admissões e 906.444 demissões. O volume representa um acréscimo de 24% nas contratações e uma queda de 16% nos desligamentos em relação a maio. Ainda assim, esse foi o pior resultado para o mês desde 2016, quando o saldo líquido foi negativo em 91.032 vagas. Em junho de 2019, houve a abertura de 48.436 vagas com carteira assinada.

O mercado esperava um desempenho bem pior para o mês passado. O resultado de junho ficou distante do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de fechamento líquido de 385.705 a 118.000 em junho, com mediana negativa de 195.193 postos de trabalho.

Governo aposta em reação

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, considerou que a redução no fechamento de vagas em junho foi uma notícia positiva, com uma queda expressiva nas demissões líquidas em relação a meses anteriores.

Com queda nas demissões e aumento nas contratações, o mercado de trabalho registrou em junho a menor perda de vagas desde a chegada da pandemia de covid-19 no Brasil, em março. Houve um fechamento líquido de 10.948 empregos com carteira assinada em junho, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje pelo Ministério da Economia. "Nunca se comemora a perda de um emprego sequer. Trabalhamos diuturnamente para preservar os empregos, mas comemoramos a melhora da economia e do mercado de trabalho", avaliou. "Trabalhamos para que o saldo do Caged seja positivo o quanto antes", completou.

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O secretário detalhou o acréscimo de 24% nas contratações e uma queda de 16% nos desligamentos em junho em relação a maio. "A recuperação em 'V' é possível, o mercado de trabalho está reagindo", acrescentou.

Segundo o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, o volume total de demissões de em maio e junho deste ano já foi inferior ao total de desligamentos do mesmo mês do ano passado. Já as novas contratações continuam bem abaixo dos verificados no ano passado. "Muitos empresários demitiram precocemente em março, antes das medidas de preservação do emprego tomadas pelo governo. Agora já há uma curva descendente no saldo de demissões, mostrando o caminho de saída da crise", afirmou.

De acordo com dados oficiais, 15 milhões de acordos já foram celebrados dentro do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que permite a suspensão dos contratos ou redução de jornada e salário.

Setores e regiões

O fechamento líquido de 10.984 vagas de trabalho com carteira assinada em junho foi atenuado pelos bons desempenhos da agropecuária e da construção civil no mês passado. Mesmo com a pandemia de covid-19, houve um saldo positivo de 36.834 contratações no campo. Na construção civil, foram recuperadas 17.270 vagas no mês passado.

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Mais uma vez, o setor de serviços liderou o fechamento de postos de trabalho formais no mês, com a eliminação de 44.891 vagas. Houve perdas em transporte e armazenagem (-8.311), alojamento e alimentação (-35.340, administração pública (-6.019) e outros (-7.524). Já os serviços de informação e atividades financeiras registraram aumento de 12.298 vagas em junho.

O segundo maior saldo negativo ocorreu no comércio, com o fechamento de 16.646 vagas no mês passado. Já a indústria geral perdeu 3.545 vagas fechadas. Houve destruição de postos de trabalho na indústria de transformação (-2.510), em atividades de utilidade pública (-1.327) e eletricidade e gás (-341). Já a indústria extrativa mineral somou 633 novas vagas.

Em junho, 18 Estados registraram resultado positivo e apenas nove tiveram saldo negativo. Entre as regiões, Norte, Centro-Oeste e Sul tiveram abertura líquida de vagas, enquanto Sudeste e Nordeste continuaram a perder empregos.

O melhor resultado foi registrado em Mato Grosso com a abertura de 6.709 postos de trabalho. Já o pior desempenho foi do Rio de Janeiro, que em junho registrou o fechamento de 16.801 vagas.

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O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada caiu de R$ 1.741,73, em maio, para R$ 1.696,22 em junho.

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