O Brasil registrou pelo segundo dia consecutivo mais de mil mortes por covid-19 em 24 horas. Foram 1.057 novas mortes e mais 44.884 casos confirmados de infecção de ontem para hoje, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde. Na tarde desta quarta-feira, 1º, o País superou a marca de 60 mil óbitos pela doença. No total, 60.713 brasileiros já perderam a vida por causa da covid-19 e 1.453.369 pessoas foram infectadas.
O Brasil é o segundo do mundo com maior número de casos e mortes devido ao vírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que possuem cerca de 2,6 milhões de infecções confirmadas e 127 mil óbitos, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
São Paulo ultrapassou nesta quarta-feira, 1º, 15 mil mortes pelo novo coronavírus. Balanço da Secretaria Estadual da Saúde mostra que o Estado tem 15.030 mortes, 267 registradas em 24 horas. Já são 289.935 casos confirmados da doença, com 8.555 casos registrados em 24 horas. O número está abaixo de projeções feitas para o mês de junho pelo Centro de Contingência Contra a Covid-19, que passou a ser comandado por Paulo Menezes. A projeção era de até 290 mil casos até o final do mês e até 18 mil mortes.
O Rio de Janeiro vem na sequência da lista de Estados mais afetados, com um total de 10.198 óbitos pela doença desde o início da pandemia. Há ainda 996 mortes aguardando o resultado de testes para confirmar ou descartar o novo coronavírus como a causa.
Ministério da Saúde afirma que País atingiu 'platô' no número de mortes
O ministério apontou aumento no número de municípios com casos de mortos pela doença no Brasil na 26ª semana epidemiológica, que se encerrou em 27 de junho.
Segundo a pasta, 90,1% dos municípios (5.021) tinham casos da doença nesta data, contra 88,6% na semana anterior. O percentual de cidades com mortos passou de 42,6% para 45,8% no mesmo período.
"Embora o número (de casos) seja elevado, tem um número de óbitos, fase mais triste da doença, se mantendo em um 'platô' (quando atinge estabilidade), embora elevado, mas em um platô", disse o secretário de Vigilância Sanitária, Arnaldo Correia de Medeiros.
Questionado se o aumento de casos em todas as regiões tem relação com a retomada de atividades em diversos locais, o Ministério da Saúde não se posicionou e voltou a usar como escudo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). "Não posso afirmar que este aumento tem relação direta com a decisão do gestor local. Quando falamos que cabe ao gestor local (decidir sobre a quarentena), não é mera repetição, mas decisão do STF", disse o secretário de Vigilância em Saúde.
O Supremo reconheceu em abril a responsabilidade compartilhada entre União, Estados e municípios de ações da covid-19, mas não livrou nenhum dos entes de atuar pela pandemia.
Divulgação de dados
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre jornalistas dos seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia.
Mesmo com o recuo do Ministério da Saúde, que voltou a divulgar o consolidado de casos e mortes, o consórcio dos veículos de imprensa continua com o objetivo de informar os brasileiros sobre a evolução da covid-19 no País, cumprindo o papel de dar transparência aos dados públicos.
O órgão informou, no início da noite desta quarta-feira, que o Brasil contabilizou 1.038 óbitos e mais 46.712 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, no total são 1.448.753 casos confirmados e 60.632 mortes causadas pelo coronavírus. O número é diferente do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.