O Brasil ultrapassou nesta quinta-feira a marca de dois milhões de casos oficialmente notificados de covid-19. O número foi atingido pouco menos de cinco meses depois de o país registrar oficialmente o seu primeiro caso da doença, em 25 de fevereiro.
Segundo números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), confirmados pelo Ministério da Saúde, o País registrou mais 45.403 casos nas últimas 24 horas, elevando o total para 2.012.151. Diversas autoridades e instituições de saúde em todo o país, no entanto, alertam que os números reais da doença devem ser maiores em razão da falta de testes em larga escala e da subnotificação.
A nova marca também foi ultrapassada menos de um mês depois de o país ter atingido o número de milhão de infectados, em 19 de junho.
O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos de covid-19 oficialmente notificados. Só está atrás dos EUA, que acumula 3,5 milhão de ocorrências.
O consórcio de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL levantou, junto às secretarias estaduais de Saúde, 1.299 mortes e 43.829 nas últimas 24 horas. Ao todo, os veículos de imprensa registraram 76.688 mortes e 2.014.738 de contaminações desde o início da pandemia no país.
Quarto dia mais mortal
Os números do Conass apontam ainda que mais 1.322 mortes por covid-19 foram notificadas no Brasil nas últimas 24 hora - e a quarta pior marca diária registrada desde o início da pandemia. Com isso, o total de óbitos pela doença oficialmente identificados chegou a 76.688.
Já a taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes chegou a 36,5. Em número total de óbitos, o País ocupa a segunda posição no mundo - novamente atrás dos EUA, que acumulam 138 mil mortes.
Já no cálculo levando em conta a população, o Brasil aparece em 12° - bem à frente de países vizinhos, como a Argentina (4,61 e o Uruguai (0,9). Na quarta-feira, o Brasil ultrapassou a Holanda (35,72) em número de mortes por 100 mil/hab. Nesta quinta-feira, foi a vez de passar a Irlanda (36,02).
Nações europeias duramente atingidas pela doença, como o Reino Unido (67,89) e a Bélgica (85,69), ainda aparecem bem à frente, mas esses países começaram a registrar seus primeiros casos entre três e quatros semanas antes do Brasil, e o número de óbitos diários está caindo - no caso britânico, está na casa das dezenas, já a Bélgica tem registrado vários dias seguidos sem mortes.
Na quarta-feira, o Brasil completou dois meses sem um ministro da Saúde. O posto vem sendo ocupado interinamente desde 15 de maio pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha experiência na área da saúde e que indicou militares para quase todos os postos-chave do ministério. Na sua gestão, as mortes e novas notificações de casos disparam no país. Foram 61 mil novos óbitos registrados desde que a pasta passou a ser gerida integralmente pelos militares.
Segundo a Universidade Johns Hopkins, 586 mil pessoas já morreram de covid-19 no mundo. O número de casos identificados chega a 13,6 milhões em todo o planeta.