A China anunciou nesta sexta-feira, 9, que se juntou à iniciativa Covax, consórcio global que tem como objetivo distribuir vacinas contra o novo coronavírus de maneira equitativa.
A ação da China, onde o novo coronavírus foi registrado pela primeira vez, acontece enquanto o país discute com a Organização Mundial da Saúde sobre a avaliação das vacinas produzidas no território chinês para liberação de uso em outros países.
O comunicado divulgado pelo governo nesta sexta-feira não deu detalhes do nível de apoio que Pequim dará ao programa. Em maio, o presidente Xi Jinping garantiu US$ 2 bilhões de dólares nos próximos dois anos para ajudar no controle à pandemia que já deixou mais de 1 milhão de mortos.
"Estamos tomando essa atitude concreta para garantir a distribuição equitativa das vacinas, especialmente para países em desenvolvimento, e esperamos que outros países possam se unir e apoiar a Covax", disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying. O país se juntou a outros 168 países, incluindo 76 nações consideradas desenvolvidas.
A iniciativa Covax pretende distribuir ao menos 2 bilhões de doses de vacinas até o fim de 2021.
Estados Unidos e Rússia não fazem parte da iniciativa. A Covax é co-organizada pela GAVI, organização sem fins lucrativos que fornece vacinas para países em desenvolvimento, e a Organização Mundial da Saúde.
O programa foi pensado para desencorajar os governos a acumular vacinas contra a covid-19 e incentivar o foco na vacinação das pessoas de alto risco em cada país.
A China disse ainda que tem ampla capacidade de produção das vacinas e que vai priorizar a distribuição para países em desenvolvimento quando as doses estiverem prontas. O país tem ao menos quatro potenciais vacinas nas fases finais dos testes clínicos - duas desenvolvidas pelo Grupo Nacional Biotec da China (CNBG) e outras duas das empresas Sinovac e CanSino.
Mesmo sem a conclusão dos testes clínicos, centenas de doses já foram aplicadas em trabalhadores essenciais e outros grupos considerados de risco, gerando preocupação entre especialistas./REUTERS