Desde o início do anúncio da vacinação da covid-19, já era esperado que as crianças ficassem no fim da fila de prioridade. Isso porque o grupo possui menor risco de desenvolver formas graves da doença, como sugere a maioria dos estudos realizados durante a pandemia - o que não significa relaxar os cuidados, tendo em vista que as novas cepas são mais transmissíveis.
Mas com o andamento da imunização e mais testes sendo realizados, o panorama vem se modificando. Na sexta-feira, 4, a China anunciou o uso da CoronaVac para crianças e adolescentes entre três e 17 anos de idade. A declaração foi dada pelo diretor do laboratório Sinovac, Yin Weidong.
"A Sinovac conduziu um estudo clínico na população menor de idade, que começou no início deste ano, e a primeira e segunda fases foram concluídas", disse o diretor à TV estatal chinesa CCTV. Os resultados, segundo o representante, serão apresentados em breve na renomada revista científica The Lancet.
"Centenas de casos mostraram que, depois da vacinação, o grupo [de três a 17 anos de idade] é tão seguro quanto os de 18 anos", completou. Com a autorização, o país chinês se torna o primeiro do mundo a aprovar a vacina contra o novo coronavírus em crianças.
Ainda não se sabe quando as crianças começam a ser imunizadas no país. A prioridade da China é atingir o marco de 560 milhões de pessoas vacinadas até o final do mês, ainda com foco nos grupos de maior risco.
Impactos no Brasil
Embora a novidade não tenha afetado ainda o calendário de vacinação do Brasil, a notícia é positiva, já que a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, é uma das três que estão sendo utilizadas no território (as outras duas são a Pfizer/BioNTech e a AstraZeneca/FioCruz).
Por enquanto, ainda não está prevista a inclusão das crianças no calendário de vacinação contra a covid-19,. Por enquanto, o recomendado pela Anvisa é o uso no país apenas por adultos acima dos 18 anos.
Pfizer amplia testes em menores de 12 anos
No mesmo movimento de incluir mais faixas etárias, a Pfizer anunciou na terça-feira, 8, que deve ampliar o número de crianças e jovens com menos de 12 anos nos testes da vacina na Europa e nos Estados Unidos.
A nova pesquisa vai incluir até 4,5 mil pessoas desta faixa etária em mais de 90 centros clínicos nos Estados Unidos, Finlândia, Polônia e Espanha. Na fase anterior, a segurança, tolerabilidade e resposta imunológica à vacina foram avaliadas em 144 bebês e crianças, de seis meses a 11 anos.
Para isso, o esquema vacinal seguiu o padrão de duas doses, com três diferentes quantidades do imunizante (10 , 20 ou 30 microgramas para cada faixa etária). A ideia é testar uma dose de 10 microgramas nas crianças entre cinco e 11 anos de idade e 3 microgramas para o grupo de seis meses a cinco anos.