China impõe lockdown a 13 milhões para conter surto de covid

País está em alerta máximo para o surgimento de surtos locais e combate ao coronavírus em várias cidades

22 dez 2021 - 13h36
(atualizado às 13h55)

Semanas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, autoridades adotam tolerância zero para conter o coronavírus e obrigam milhões de pessoas a ficarem em suas casas. Autoridades chinesas ordenaram os mais de 13 milhões de habitantes da cidade de Xian a permanecerem em suas casas, após a imposição de um rígido lockdown nesta quarta-feira (22/12) para conter um novo surto de covid-19.

Somente uma pessoa de cada casa em Xian, na China, pode sair a cada dois dias para as compras essenciais
Somente uma pessoa de cada casa em Xian, na China, pode sair a cada dois dias para as compras essenciais
Foto: DW / Deutsche Welle

O país está em alerta máximo para o surgimento de surtos locais e combate o coronavírus em várias cidades, enquanto Pequim se prepara para receber os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.

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As novas restrições foram impostas após Xian registrar 53 novas infecções por coronavírus nesta quarta-feira - de 57 registradas em todo o país - elevando o total de casos para 143, desde 9 de dezembro.

A partir da meia-noite desta quinta-feira, todas as residências poderão enviar, a cada dois dias, um morador para comprar as necessidades básicas. Todos os demais devem permanecer em casa, a não ser em caso de emergência, informou a prefeitura através de seu portal na rede social Weibo.

Os que violarem essas regras devem apresentar provas da existência de "circunstâncias especiais" e enviar um pedido de aprovação. A ordem veio um dia após a cidade começar a testar todos os seus 13 milhões de habitantes.

Tolerância zero

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As linhas de ônibus de longa distância foram suspensas e foram colocados bloqueios para o controle de doenças nas rodovias que saem de Xian. Mais de 85% dos voos que chegariam ou partiriam da cidade foram cancelados, segundo o portal de rastreamento de voos VariFlight.

Na cidade, a capacidade de passageiros no transporte púbico foi reduzida e as escolas, fechadas. Todo o comércio e serviços públicos não essenciais receberam ordens de fechamento, com a exceção de supermercados, lojas de conveniência e instituições médicas.

Atividades de grande porte, inclusive em ambientes externos como parques, estão suspensas. O governo local pediu que as empresas permitam que seus funcionários trabalhem de casa.

A China, onde surgiu o primeiro surto do coronavírus Sars-Cov-2 no final de 2019, conseguiu diminuir radicalmente os casos da doença desde a metade do ano, através de sua estratégia Zero-covid. A iniciativa envolve controles rígidos de fronteiras, imposição de lockdowns localizados e longas quarentenas.

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Até mesmo o surgimento de apenas um caso em uma comunidade pode levar as autoridades a impor restrições.

A política de tolerância zero à covid-19 foi reforçada a pouco antes da chegada de milhares de atletas internacionais para os Jogos Olímpicos, que se iniciam em pouco mais de um mês. Pequim já começou a exigir testes negativos de covid-19 para os viajantes que chegam ao país, além de limitar o tráfego aéreo interno.

Além da covid-19, Xian ainda sofre com o surgimento nos últimos meses de uma febre hemorrágica potencialmente mortal, transmitida por animais roedores. As autoridades afirmam que a ocorrência da doença é normal no norte da China, e pode ser evitada através da vacinação.

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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