China vê menos infecções de coronavírus e calcula casos assintomáticos

1 abr 2020 - 14h25

A China, país onde o surto de coronavírus teve início em dezembro, reportou uma diminuição de novas infecções nesta quarta-feira e pela primeira vez revelou o número de casos assintomáticos, o que pode complicar a interpretação das tendências da epidemia.

Mulher com máscara de proteção em área residencial bloqueada em Wuhan
01/04/2020
REUTERS/Aly Song
Mulher com máscara de proteção em área residencial bloqueada em Wuhan 01/04/2020 REUTERS/Aly Song
Foto: Reuters

Quase todos os 36 casos novos de terça-feira envolveram recém-chegados do exterior, disse a Comissão Nacional de Saúde -- uma cifra menor do que os 48 do dia anterior e que eleva o total de infecções no país para 81.554.

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Mas esta cifra exclui 130 novos pacientes da doença altamente contagiosa que não exibem sintomas, mostraram as estatísticas da entidade.

A China decidiu aumentar a vigilância de pacientes assintomáticos e daqueles em contato com eles. Em comentários feitos durante uma visita a Zhejiang, uma província do leste, o presidente Xi Jinping pediu uma administração melhor dos casos assintomáticos.

A identificação de pacientes assintomáticos vem das vistorias e exames de casos suspeitos e das dezenas de milhares de pessoas com as quais tiveram contato. Até terça-feira, havia cerca de 20 mil pessoas em observação, disse a comissão, embora não necessariamente sejam portadoras.

Um total de mais de 700 mil pessoas que tiveram contato próximo com casos suspeitos já foram rastreadas na China, segundo a entidade.

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Citando dados confidenciais, o jornal South China Morning Post disse que o país encontrou mais de 43 mil casos de infecções assintomáticas por meio do rastreamento de contatos.

As infecções assintomáticas não causariam um grande surto se a cadeia de transmissão fosse cortada, disse o principal conselheiro médico do governo chinês, Zhong Nanshan, à estatal Shenzhen TV.

Ele disse que, assim que os pacientes assintomáticos forem encontrados, serão isolados e seus contatos também isolados e mantidos em observação.

Usuários das redes sociais chinesas expressaram o temor de que portadores sem sintomas possam estar disseminando o vírus sem saber, especialmente agora que as autoridades estão amenizando as restrições de viagem para locais muito afetados devido à queda de infecções.

Na semana passada, Maria van Kerkhove, epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que os pacientes assintomáticos são os principais catalisadores da transmissão, e que a maioria daqueles classificados como assintomáticos desenvolveram sintomas após um diagnóstico.

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Até terça-feira, 1.367 casos assintomáticos estavam em observação na China, menos do que os 1.541 do dia anterior, segundo a Comissão Nacional de Saúde.

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