A cidade de São Paulo atingiu 70% de ocupação nos leitos de UTI, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 22, pela Prefeitura. São 685 internados em tratamento intensivo, dos quais 334 têm auxílio de ventilação mecânica. É a maior taxa de ocupação de UTI dos últimos três meses, segundo o secretário de Saúde, Edson Aparecido. O Estado registrou esta semana pico de internações em UTI e o governo paulista prevê endurecer as restrições nos próximos dias.
A capital paulista dispõe hoje de 976 leitos de UTI voltados para atendimento de pacientes diagnosticados com covid-19. Entre os pacientes que ocupam os hospitais municipais e os leitos contratados, Aparecido estima que 22% não tenham residência na cidade. "A gente acaba recebendo muita gente de outros municípios, da região metropolitana. Pelo que está acontecendo no interior, estamos atentos e monitorando a situação", disse o secretário.
Segundo ele, a variação na ocupação de UTIs vinha ficando entre 60% e 65%. "Mas do sábado para cá chegou a 70%. É um patamar que, por exemplo, em novembro havíamos conseguido chegar em 50%", disse Aparecido. O boletim de monitoramento da Prefeitura mostra que em 22 de novembro, há exatos três meses, a taxa estava em 48%, com 459 internados em UTI.
A alta na capital é parte da elevação que o Estado vem notando. O governo divulgou nesta segunda-feira, 22, que o Estado atingiu o recorde de internações em UTI desde o início da pandemia. Por isso, a gestão do governador João Doria (PSDB) estuda adotar novas medidas restritivas para frear a transmissão da covid-19. A decisão está programada para ser anunciada nesta quarta-feira, 24.
"Ultrapassamos o maior número da história da pandemia e temos de ter uma atenção especial a algumas regiões do Estado", comentou Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde. A situação do interior é um dos principais focos de preocupação das autoridades. Em algumas cidades, como Araraquara, a lotação dos hospitais fez com que os prefeitos adotassem lockdown para frear o vírus.