Foi em grande estilo que a trupe do Circo Estoril chegou a Itaguaí, no Rio, no início de março para uma temporada de dois meses com 60 apresentações. O espetáculo de estreia foi no dia 13 daquele mês. Desde então, com o advento da pandemia da covid-19, nada mais pôde ser feito. Ultimamente, porém, o grupo tenta autorização da prefeitura local para fazer exibições no esquema drive-in, com o público devidamente protegido e acomodado em automóveis.
Essa seria uma maneira de atenuar o perrengue por que passam dezenas de integrantes da trupe – a equipe tem ao todo 63 trabalhadores, oito dos quais crianças. Sem recursos, dependem da boa vontade da população de Itaguaí, de quem tem recebido alimentos, entregues onde a lona está montada, no estacionamento do shopping PátioMix.
Uma campanha no facebook (@circoestorilturnebrasil) também tem mobilizado quem se solidariza com esses visitantes, acostumados a percorrer toda a América do Sul para levar a sua arte.
“Estamos à espera de um aval da prefeitura de Itaguaí para recomeçarmos. A gente vive exclusivamente de bilheteria e temos superado este momento graças à solidariedade de várias pessoas da cidade, que estão vendo as nossas dificuldades e têm nos estendido as mãos”, disse Nivaldo Junior, um dos administradores do circo.
Segundo projeto feito pelo próprio circo, o picadeiro poderia receber até 40 veículos por show. O bilhete seria cobrado por automóvel e não pelo número de seus ocupantes.
“Tem a questão psicológica, que é muito importante. De todos voltarem a atuar. Vai dar para pagar as contas? Não. Mas seria um primeiro passo. Nunca passamos por isso, é uma situação sem precedente. Queremos oferecer nosso trabalho com toda segurança, seguindo determinações das autoridades sanitárias, e ajudar a entreter a população de Itaguaí, ainda mais neste momento de tanta angústia para todos”, ressaltou Nivaldo.