BRASÍLIA - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediu à Receita Federal o adiamento do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) por 90 dias (três meses). No prazo atual, as declarações precisam ser entregues até 30 de abril.
O presidente da entidade, Robson Andrade - que foi diagnosticado com coronavírus após viagem aos Estados Unidos com o presidente Jair Bolsonaro - enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao secretário da Receita Federal, José Tostes, com o pedido.
A alegação é que esse é o prazo necessário para que a economia volte à normalidade e os contribuintes tenham condições de obter os documentos necessários para preencher a declaração. Na semana passada, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais havia pedido o adiamento em um mês. Mas o secretário da Receita disse ao Estado, por meio da assessoria de imprensa, que não há adiamento do prazo.
Se o pedido da CNI for aceito, a entrega da declaração passaria de 30 de abril para 31 de julho de 2020. De acordo com a carta, as restrições de movimentação e convívio social podem causar dificuldades para o preenchimento correto das declarações e impactar os contribuintes financeiramente.
"A medida tem o objetivo, sobretudo, de evitar uma sobrecarga para as diversas categorias profissionais que vêm se dedicando a garantir o regular funcionamento de atividades essenciais para que a sociedade brasileira consiga atravessar a grave crise que enfrenta, em decorrência da pandemia da covid-19", afirma Andrade, na carta.
A CNI já havia pedido o adiamento do pagamento de tributos federais de empresas, também por 90 dias.