A Prefeitura de Belo Horizonte informou na noite de sexta-feira, 19, que vai manter cautela quanto à retomada das atividades econômicas da cidade e não avançará com a reabertura, uma vez que foi registrado um aumento na ocupação de leitos de UTI destinados a pessoas com covid-19. Em sete dias, a taxa passou de 74% na sexta-feira, 12, para 78,3%, segundo boletim divulgado pelo órgão municipal.
O cenário preocupa porque houve incremento na ocupação mesmo com a abertura de 34 novos leitos de UTI entre quarta-feira, 17, e quinta-feira, 18, passando de 246 para 280. Isso fez com que a gestão continuasse "com atenção máxima no processo de flexibilização".
Desde 25 de maio, quando iniciou a reabertura, Belo Horizonte anunciou duas liberações, de um total de quatro possíveis: primeiro salões de beleza e livrarias e depois o funcionamento de lojas de calçados e shoppings populares. Os anúncios são semanais e, por duas vezes anteriores, o município não autorizou que novos setores reabrissem.
Os leitos de enfermaria também registraram avanço da ocupação, com 61,2% deles comprometidos, mesmo com a abertura de mais 38 leitos desse tipo esta semana, chegando ao total de 726 disponíveis. Ao todo, a capital de Minas Gerais tem 970 leitos de UTI e 4.491 leitos de enfermaria.
Outro indicador que fez a prefeitura da cidade não avançar na flexibilização foi o índice de transmissão do novo coronavírus, embora tenha apresentado leve queda, passando de 1,19 para 1,13. Essa redução também permitiu que Belo Horizonte permanecesse na fase 2 da reabertura e não regredisse.
A gestão municipal informou que, entre 15 e 18 de junho, na quarta semana após a retomada das atividades econômicas, o índice de isolamento social se manteve estável em 47%. Ao comparar com a semana anterior ao início da flexibilização, a média semanal caiu um ponto porcentual.
Estrangulamento do sistema de saúde em Minas Gerais
Nesta quinta-feira, 18, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que a rede de saúde do Estado pode entrar em colapso devido ao ritmo acelerado de casos do novo coronavírus. "Em um mês, teremos o estrangulamento total do sistema de saúde", declarou.
Para tentar evitar esse cenário, ele disse que poderá adotar medidas mais rígidas na tentativa de evitar a propagação do novo coronavírus e pediu aos prefeitos que "façam tudo o que possa ser feito".