Com "doses suficientes", Queiroga descarta Covaxin e Sputnik

Ministro da Saúde destacou que o Brasil comprou um total de 600 milhões de doses; vacina da Covaxin é alvo de investigação na CPI da Covid

14 jul 2021 - 15h23
(atualizado às 16h14)
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante sessão da CPI da Covid no Senado
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante sessão da CPI da Covid no Senado REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garantiu, nesta quarta-feira, 14, que o número de doses contratadas pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI) será suficiente para vacinar toda a população brasileira acima de 18 anos com as duas doses contra a covid-19, até o fim deste ano.

Como o volume total estimado já obteve aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seja para uso definitivo ou emergencial, o ministro disse que não há necessidade de incorporar ao PNI doses adicionais, como as da indiana Covaxin e da russa Sputnik V.

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A informação foi dada pelo ministro em audiência na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. Queiroga destacou que o Brasil comprou um total de 600 milhões de doses, com 100 milhões disponibilizadas até agosto.

Alvo de investigação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, a Covaxin, cujo uso foi descartado pelo ministro, teve o contrato de compra suspenso por "questão de conveniência e oportunidade". De acordo com Queiroga, o contrato com a Covaxin foi fechado antes de sua gestão. Ele ressaltou que exonerou Roberto Dias, diretor de Logística da pasta, acusado de pedir propina de US$ 1 por dose em troca da assinatura do contrato com a Covaxin.

"Portanto, o Ministério da Saúde não conta, dentro do PNI, com agentes imunizantes que não tenham obtido aval da Anvisa de maneira definitiva ou emergencial porque entendemos que o que temos de número de doses já é o suficiente para imunizar a população até o fim do ano", afirmou.

Atualmente, os esforços da Pasta, de acordo com o ministro, é buscar a antecipação de entrega de doses. Segundo Queiroga, o ministério conseguiu as antecipações de 1,8 milhão de doses da Janssen previstas para o último trimestre deste ano e de 7 milhões de doses da vacina da Pfizer para julho, "o que garante que nossa campanha vai avançar com efetividade".

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Em resposta às críticas sobre a campanha de imunização nacional, Queiroga defendeu os esforços do governo. "Sempre defendi que o PNI era suficiente para ofertar as vacinas a todos os brasileiros, independente do desejo da iniciativa privada se somar a esses esforços", disse. "Nós conseguimos mostrar a força do PNI."

Na audiência, o ministro reforçou que a aceleração da campanha de imunização é a "chave" para conter o caráter pandêmico da doença no País. Conforme avalia, a melhora dos casos e mortes no Brasil nas últimas semanas é resultado do avanço da campanha pelo Brasil.

Orçamento para a pandemia

Queiroga, por sua vez, fez uma ressalva da necessidade de orçamento para enfrentar a pandemia e os efeitos à saúde da população após o período pandêmico. Segundo ele, serão necessários investimentos para que o sistema de saúde dê respostas "que a sociedade espera dele". Para isso, reitera, é essencial o alinhamento com o Congresso.

"É fundamental que governo federal atue em absoluta sintonia com o Congresso Nacional para que consigamos ter um orçamento compatível com a necessidade de enfrentamento", comentou. "Temos a expectativa de um orçamento talvez maior do que o Ministério da Saúde dispôs nos últimos anos e, creio, que ainda é pouco para o que nós temos que enfrentar".

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De acordo com o ministro, é importante um trabalho conjunto entre governo e Estados e municípios para garantir que as verbas sejam alocadas conforme necessário.

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