O laboratório chinês Sinovac Biotech e o Instituto Butantã, em São Paulo, estão realizando testes para neutralizar a nova variante da covid-10, batizada de Ômicron, na vacina CoronaVac. A expectativa é que o imunizante atualizado fique pronto em três meses, informa o jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira, 7.
De acordo com a reportagem, a pesquisa em laboratório deve ser concluída em 15 dias. Depois, testes em humanos serão realizados para estudar a eficácia e a segurança dessa atualização.
Com os primeiros sinais da Ômicron, variante detectada inicialmente na África do Sul, houve o temor de que as atuais vacinas não protegessem contra a nova cepa, possibilidade que ainda é estudada.
Novas informações, porém, dão conta de casos leves de infecção da covid-19 com a Ômicron, o que tem animado a comunidade científica.
CoronaVac tem funcionado contra Ômicron
Segundo Weidong Yin, presidente do laboratório chinês Sinovac, a vacina CoronaVac tem se mostrado eficaz contra a nova variante Ômicron do coronavírus.
As declarações do executivo da Sinovac foram dadas durante simpósio realizado no Instituto Butantan sobre a CoronaVac, vacina envasada no Brasil pelo instituto paulista e que deu a largada na campanha nacional de vacinação contra a covid-19 no país em janeiro deste ano.
"Vimos o surgimento de variantes da covid-19 e a Ômicron nos preocupa tanto. A vacina tem se provado eficaz contra essa variante e estamos desenvolvendo um novo imunizante com base na variante", disse o presidente da Sinovac, segundo nota divulgada pelo Butantan.
Após adquirir 100 milhões de doses da CoronaVac, o Ministério da Saúde não fez mais compras do imunizante para o Programa Nacional de Imunização (PNI) alegando que só adquirirá vacinas que tenham o registro definitivo junto à Anvisa. A CoronaVac tem, por ora, apenas autorização para uso emergencial e o Butantan ainda não pediu ao órgão regulador o registro definitivo para a vacina.
O instituto paulista também chegou a solicitar à agência autorização para uso da CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, mas o órgão regulador rejeitou a solicitação sob argumento de que dados necessários para a análise não foram entregues pelo instituto.
O Butantan tem insistido que a CoronaVac, que já está sendo aplicada em crianças no Chile, é eficaz e segura para crianças e adolescentes e realizou algumas reuniões com a Anvisa sobre o assunto. No entanto, o instituto ainda não entregou uma nova solicitação à agência para uso do imunizante nesta faixa etária.
* Com informações da Reuters