Coronavírus: idosos abandonados são encontrados mortos em asilos na Espanha

Corpos foram descobertos por militares; segundo eles, funcionários de asilos abandonaram trabalho.

24 mar 2020 - 13h41
(atualizado às 13h47)
Corpo de pessoa morta pela covid-19 na Espanha; em asilo, idosos foram encontrados abandonados
Corpo de pessoa morta pela covid-19 na Espanha; em asilo, idosos foram encontrados abandonados
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Militares espanhóis que estão ajudando a combater a pandemia de coronavírus encontraram idosos abandonados em casas de repouso e, em alguns casos, mortos em suas camas, informou o Ministério da Defesa do país.

Uma investigação foi iniciada para apurar as circunstâncias do ocorrido.

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As Forças Armadas foram convocadas para ajudar a desinfetar as casas de repouso na Espanha, um dos países mais atingidos da Europa.

Enquanto isso, uma pista de gelo em Madri deve ser usada como um necrotério temporário para as vítimas da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, disseram autoridades.

O vírus está se espalhando muito rapidamente na Espanha - o segundo país europeu mais atingido depois da Itália.

Na terça-feira (24/03), o Ministério da Saúde anunciou que o número de mortes havia aumentado em 514 nas últimas 24 horas - um recorde diário.

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Um total de 2.696 pessoas já morreram e há 39.637 casos confirmados na Espanha.

Pista de gelo em Madri deve ser usada como um necrotério temporário para as vítimas do vírus
Foto: AFP / BBC News Brasil

A ministra da Defesa do país, Margarita Robles, disse ao canal de TV Telecinco que o governo "seria rígido e inflexível ao lidar com a maneira como as pessoas mais velhas são tratadas" em casas de repouso.

"O Exército, durante algumas visitas, encontrou algumas pessoas mais velhas completamente abandonadas, às vezes até mortas em suas camas", disse ela.

O Ministério da Defesa disse que os funcionários de algumas casas de repouso haviam abandonado o trabalho após o início da pandemia.

Crise funerária

As autoridades de saúde disseram que, em circunstâncias normais, os corpos dos residentes falecidos são armazenados em câmaras frigoríficas até serem recolhidos pelos serviços funerários.

Mas quando se suspeita que a causa da morte esteja ligada ao coronavírus, eles são deixados em suas camas até que possam ser retirados por agentes funerários devidamente equipados.

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Na capital, Madri, que registrou o maior número de casos e mortes, isso pode levar até 24 horas, disseram autoridades.

O ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, disse em entrevista a jornalistas que os lares de idosos são "uma prioridade absoluta para o governo".

"Vamos exercer monitoramento mais intenso desses centros", acrescentou.

À medida que a crise em Madri piorava, a funerária municipal da cidade disse que suspenderia o recolhimento de corpos a partir de terça-feira por falta de equipamentos de proteção.

A cidade deve usar uma grande pista de gelo, o Palácio de Hielo (Palácio do Gelo), como um necrotério temporário onde os corpos serão armazenados até que as funerárias possam recolhê-los, disseram autoridades à imprensa espanhola.

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O complexo Palacio de Hielo, que também inclui lojas, restaurantes, boliche e cinemas, não fica longe do centro de eventos Ifema, onde foi instalado um hospital de campanha para pacientes com coronavírus.

A Espanha é o segundo país mais afetado da Europa depois da Itália, que agora tem o maior número de mortes relacionadas ao coronavírus no mundo.

As autoridades italianas disseram na segunda-feira que 602 pessoas com covid-19 morreram nas últimas 24 horas, elevando o total para 6.077.

Mas o aumento diário foi o menor desde quinta-feira, aumentando a esperança de que restrições rigorosas impostas pelo governo estejam começando a surtir efeito.

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