Com medidas que vão desde recomendações para que os cidadãos fiquem em casa até divisões por gênero na hora de sair às ruas, os países da América Latina tentam impedir que o contágio pelo novo coronavírus sobrecarregue seus sistemas de saúde — em alguns casos, já enfraquecidos.
No mapa interativo abaixo mostramos quão rígido é o nível de quarentena adotado em cada país, segundo a seguinte classificação:
Diante da situação dramática de países europeus como Itália e Espanha, além dos Estados Unidos, os primeiros governos latinos a registrar casos responderam com imposições de quarentenas duras, proibindo a livre circulação de pessoas e veículos e, em alguns casos, fechando fronteiras.
Mas em países como Brasil e México, os governos fizeram apenas recomendações de distanciamento social, e deixaram que os Estados e municípios decidissem por medidas mais específicas de quarentena.
No Brasil, todos os 27 Estados, incluindo o Distrito Federal, fecharam as escolas e ao menos 23 deles fecharam também lugares de culto religioso, praias e comércio não essencial.
O presidente Jair Bolsonaro defende o afrouxamento das medidas para evitar danos à economia e chegou a ameaçar liberar o comércio através de medida provisória. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizou ao menos duas vezes que os Estados têm autonomia para manter suas decisões.
O Ministério da Saúde sugere que, a partir desta semana, os governos locais comecem a aliviar as restrições, mantendo apenas grupos de risco no isolamento, caso não tenham mais de 50% dos leitos hospitalares ocupados por pacientes com covid-19. Mesmo assim, a maioria dos Estados ainda não fez mudanças.
No México, o presidente Andrés Manuel López Obrador chegou a dizer no início da epidemia que as pessoas deveriam continuar saindo de suas casas e que não evitassem abraços.
Dias depois, o governo mexicano anunciou que as aulas seriam suspensas, pediu que as pessoas ficassem em casa a maior parte do tempo possível e passou a recomendar que elas deixassem de ir à praia.
Pelo menos sete Estados mexicanos já implementaram medidas mais duras como toque de recolher e punição para os que violarem as regras.
Já na Nicarágua, o governo enfrenta críticas por não ter adotado nenhuma medida de distanciamento ou quarentena, e ter convocado manifestações nas ruas.
Várias organizações internacionais alertam para os riscos que essa postura pode trazer a um país que tem problemas como a falta de água potável.
*com a colaboração de Marta Martí.