O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse nesta quinta-feira que a cidade ainda permanece em quarentena, apesar da possibilidade de reabertura gradual da economia, e que os setores contemplados com um afrouxamento das restrições, como comércio e shoppings centers, só poderão funcionar depois de acertarem protocolos de saúde com o governo municipal.
Covas afirmou ainda, em entrevista coletiva, que a população precisará manter o distanciamento social para conter o coronavírus, apesar do afrouxamento das restrições, para evitar que a cidade tenha de voltar atrás no relaxamento.
Na quarta-feira, o governo do Estado de São Paulo anunciou regras para uma flexibilização em fases e regionalizada da quarentena a partir de segunda-feira. A capital paulista foi classificada na fase 2 do plano, que permite a reabertura com restrições do comércio, shoppings centers, concessionárias de veículos, escritórios e atividades imobiliárias.
"Esses setores precisam apresentar para a prefeitura de São Paulo protocolos de saúde, de higiene, de testagem, regras de autorregulação, regras para fiscalização, política de comunicação dessas regras e proteção dos consumidores e funcionários", detalhou o prefeito, afirmado que esses protocolos poderão ser apresentados a partir de segunda-feira e que os estabelecimentos só poderão reabrir após o governo municipal aceitar as medidas apresentadas.
Covas afirmou que diversos setores da economia já apresentaram ao governo estadual alguns desses protocolos --que ele não detalhou--, mas declarou que a prefeitura só aceitará medidas mais rígidas dos que as já acordadas com a gestão estadual.
"Nada será feito sem o apoio, sem o aceite, sem o ok da área da saúde. É ela quem tem ditado até agora todas as ações que nós tomamos", argumentou, dizendo ainda que o decreto que regulamentará como esses protocolos serão aceitos será publicado até segunda-feira.
Na entrevista coletiva, Covas anunciou os atuais números da pandemia na capital paulista, que mostram 54.948 casos confirmados da covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, com 3.619 mortes. Além disso, a cidade tem 180.720 casos suspeitos e 3.777 óbitos suspeitos. A taxa de ocupação de leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) é de 92%.
Apesar desses números, Covas explicou que a capital se enquadrou em parâmetros estabelecidos pelo governo do estado, comandado por João Doria (PSDB), de quem Covas era vice-prefeito até assumir a prefeitura em 2018.
"O que foi feito aqui pelo governo do Estado segue parâmetros internacionais", afirmou Covas, que ressaltou que a taxa de transmissão do vírus na capital já está em 1 --uma pessoa o transmite para outra pessoa-- e que a expectativa é que essa taxa fique abaixo de 1 na próxima semana.
Ele afirmou, ainda, que a prefeitura vai ampliar a oferta de leitos de UTIs com a abertura de três novos hospitais, que somarão 340 leitos --sendo 100 de UTI-- e que até domingo a capital receberá 300 respiradores do governo do Estado, o que permitirá a abertura de mais 300 leitos de UTI para tratar infectados pela covid-19.
Além disso, afirmou Covas, a prefeitura pretende realizar 115 mil testes rápidos de detecção do novo coronavírus e iniciar um inquérito sorológico sobre a doença na cidade.