Com medo de transmissão do novo coronavírus, vários mototáxis do Rio estão deixando de fornecer capacete para os passageiros. Ao agir assim, eles acreditam que se protegem de uma eventual contaminação, embora deixem de atender ao Código de Trânsito Brasileiro, que obriga o uso da indumentária para quem circula em motocicletas.
A medida tem sido adotada em vários acessos a comunidades do Rio e em bairros da zona norte, onde os mototáxis possuem pontos fixos.
Nas favelas Dona Marta, Vidigal, Rocinha e Chapéu Mangueira, todas na zona sul, já se pode ver que nas viagens, em geral curtas, vários condutores também abriram mão do capacete. Em bairros do subúrbio, mais afastados do centro da cidade, como Madureira, Cascadura e Méier, fazem o mesmo.
Nesses locais, abrigados normalmente sob uma tenda ou num pequeno quiosque, os responsáveis pelo serviço expõem vários capacetes que são compartilhados entre motoqueiros e passageiros.
Os modelos de capacetes obrigatórios pela legislação dispõem de viseiras que podem reter gotículas em caso de tosse ou espirro. Esse é o argumento dos mototáxis para justificar a iniciativa, que, por outro lado, os deixam suscetíveis a multas e à suspensão do direito de dirigir, com risco de ter a carteira de habilitação recolhida.