A maioria dos brasileiros (75%) se sente "muito segura" ou "segura" com o avanço da vacinação contra a covid-19 no País, revela pesquisa feita pelo Ipec com duas mil pessoas a pedido da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) e da Pfizer. As sensações despertadas pela imunização são positivas. Esperança (29%), otimismo (24%) e alívio (16%) são as mais citadas. Apesar disso, 86% dizem ter medo de uma nova onda da doença.
A pesquisa foi feita online. Entrevistou pessoas de 16 anos ou mais, de todas as regiões do País e classes sociais, entre os dias 19 e 29 de outubro. A maioria entende a importância da vacinação. Diz que incentivou parentes, amigos e colegas de trabalho a se vacinar. A expectativa pela retomada nos próximos meses é grande. Pelo menos 40% querem encontrar mais frequentemente parentes e amigos, bem como frequentar ambientes fechados, como cinemas, restaurantes, igrejas e shoppings centers. Viajar aparece em segundo lugar, com 32%.
"Esses dados positivos revelam o reconhecimento da população em relação à contribuição da ciência para a saúde em geral", afirmou a médica Júlia Spinardi, líder da área de vacinas da Pfizer Brasil, que apresentou a pesquisa. "Graças às novas vacinas contra a covid-19, vidas estão sendo poupadas e podemos, aos poucos, retomar nossas rotinas. Mas vale lembrar que a pandemia ainda não acabou, e é de extrema importância que as medidas de prevenção sejam mantidas."
O levantamento revelou também que as pessoas pretendem incorporar à rotina muitos dos novos hábitos adquiridos durante a epidemia. São atitudes como o uso do álcool em gel (58%), lavar as mãos ao chegar a algum lugar (55%), o uso eventual de máscaras (40%) e evitar aglomerações e contato físico desnecessários (31%).
"Com o passar do tempo, muitos hábitos serão relaxados e até abandonados, como o distanciamento e a lavagem frequente das mãos", afirmou o diretor da Sbim Renato Kfouri. "Talvez a maior lição seja que indivíduos com sintomas gripais terem mais preocupação com o próximo, usando máscaras em locais fechados e no transporte público. A conscientização sobre os riscos para os grupos mais vulneráveis deve trazer mudanças de comportamento também."
A maioria dos entrevistados (72%) afirmou que as fake news atrapalharam o ritmo da vacinação. Mas se mostraram conscientes sobre o problema. Praticamente a metade (49%) afirmou não compartilhar nenhuma informação (falsa ou verdadeira) por não ter o hábito. Outros 46% disseram que só compartilham informações depois de confirmar sua veracidade em jornais, sites ou profissionais de saúde. Apenas 2% admitiram compartilhar informações mesmo sem saber se são verdadeiras.
Entre as principais fontes de informação da população, as mais citadas foram órgãos oficiais (60%), profissionais de saúde (53%) e veículos tradicionais de comunicação (36%).