A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, aprovou na tarde desta quarta-feira, 18, a solicitação para que o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e o advogado da Precisa Medicamentos, Túlio Silveira, entrem para a lista de investigados da comissão. As duas solicitações foram feitas pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Ao solicitar que o nome de Barros constasse na lista dos investigados, Calheiros afirmou que o requerimento se justificava devido aos "óbvios indícios" da participação de Barros em uma "rede criminosa que tentava vender vacinas". "Óbvios indícios de sua participação nessa rede criminosa que tentava vender vacinas através de atravessadores, comprometendo muitas vezes setores de sua própria família, e fazendo com que País perdesse oportunidade de comprar vacina na hora certa", disse Calheiros ao chegar ao Senado para mais uma sessão da CPI.
Durante o dia, com a recusa do depoente de hoje, o advogado Túlio Silveira, em responder às questões feitas pelos senadores, sob a justificativa de não ferir o sigilo profissional de sua relação de advogado da Precisa, Calheiros também decidiu incluir o advogado no rol de investigados. Segundo o relator, o "silêncio constrangedor do depoente" - como classificou - "ecoava indícios de participação em prováveis negociações".
A Precisa, representada por Silveira, negociou com o governo federal a venda da Covaxin, vacina contra o novo coronavírus fabricada pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Já cancelado pelo Ministério da Saúde, o contrato de R$ 1,6 bilhão tinha suspeitas de irregularidades investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF). O valor chegou a ser empenhado após tratativas céleres, se comparadas às negociações com outros fabricantes de vacinas, mesmo que a Covaxin não tivesse aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).